Kiev - A Ucrânia considerou nesta quarta-feira (18/12) que o histórico acordo de terça-feira (17/12) com a Rússia salvou a sua economia da quebra, num momento em que os manifestantes favoráveis à União Europeia acusam o governo de vender o país a Moscou. A oposição ucraniana protesta há mais de três semanas contra a negativa do governo de assinar um acordo de associação com a UE em proveito de uma maior cooperação econômica com a Rússia.
"Pedimos ao governo ucraniano que inicie um diálogo imediato com a oposição e com todos aqueles que expressaram, durante os protestos, a sua vontade de chegar a uma Ucrânia melhor", ressaltou o porta-voz. Em Kiev, os líderes da oposição, que se manifesta e ocupa a Praça da Independência há quatro semanas, acusaram na tarde de terça-feira ante 50 mil manifestantes Yanukovich de ter vendido a Ucrânia a Moscou.
O presidente russo afirmou que durante as negociações não se tratou da adesão da Ucrânia a uma união aduaneira liderada por Moscou e integrada também por Belarus e Cazaquistão, uma questão temida pela oposição ucraniana favorável à UE. No entanto, os dois países assinaram um acordo que prevê levantar os obstáculos comerciais entre eles até 2014.
Antes de sua reunião, Yanukovich havia defendido uma associação estratégica com a Rússia, considerada mais adequada para tirar a Ucrânia da crise que a assinatura de um Acordo de Associação com a UE, mal visto por Moscou. A rejeição do presidente ucraniano em assinar este histórico acordo levou às ruas centenas de milhares de pessoas e afundou o país em uma crise política inédita desde a Revolução Laranja de 2004.