"As vítimas - entre elas mulheres e crianças, uma delas com apenas meses de vida - foram em sua maioria assassinadas a facadas em 13 e 14 de dezembro", nos povoados de Musuku e Mwenda, situados no território de Beni, na província do Norte de Kivu, de acordo com a nota.
"Três menores foram estupradas pelos agressores antes de serem decapitadas. O corpo mutilado e desmembrado de um menino foi encontrado em uma árvore, no povoado de Musuku", acrescentou o comunicado. A Monusco não menciona os autores do ataque.
Em nota, a sociedade civil do Norte de Kivu avalia que "a carnificina foi cometida pelos rebeldes ugandenses das ADF-Nalu (Forças Aliadas Democráticas - Exército Nacional para a Libertação de Uganda)".
No mesmo comunicado, os representantes da sociedade civil pedem ao Exército congolês e à Monusco que "se comprometam com operações de perseguição das ADF-NALU para libertar a região" desses rebeldes. Eles são acusados, frequentemente, de cometer assassinatos, sequestros e roubos. Essas práticas têm provocado um deslocamento significativo da população.
A Monusco, que pediu a abertura de uma investigação "o mais rápido possível", anunciou o reforço das patrulhas no setor e que "utilizará todos os meios necessários para garantir a proteção das populações".
No comunicado da organização, o chefe da Monusco, Martin Kobler, expressou sua "profunda repulsa".
"Essas atrocidades não ficarão impunes. Os autores não terão descanso enquanto não responderem por seus atos perante a Justiça", garantiu.
O grupo ADF-Nalu assola a parte norte da província do Norte do Kivu, na fronteira com Uganda. Nasceu em meados dos anos 1990, da fusão de dois grupos armados opostos ao presidente ugandense, Yoweri Museveni, no poder desde 1986. A parte Nalu já desapareceu, mas o movimento mantém seu nome de origem.
Hoje composta unicamente de islamitas, as forças da ADF-Nalu são lideradas desde 2007 por Jamil Mukulu, um cristão convertido ao Islã. O governo dos Estados Unidos colocou o grupo em sua lista de organizações terroristas desde 2001. Além disso, Jamil Mukulu é alvo de sanções da ONU desde 2011, e da União Europeia desde 2012.
Em julho, na região de Kamango, cidade situada a 80 quilômetros da cidade de Beni, rebeldes ugandenses enfrentaram o Exército congolês. Milhares de pessoas se refugiaram em Uganda. Vários prédios e hospitais públicos foram pilhados, segundo moradores.