Kiev - O partido que governa a Ucrânia pediu nesta segunda-feira (16/12) uma ampla reforma ministerial, sob a pressão da oposição favorável à União Europeia (UE), que critica a opção do governo por uma aproximação com a Rússia. Os deputados do Partido das Regiões pediram ao primeiro-ministro que anuncie uma ampla reforma do gabinete, no momento em que a oposição pró-europeia pede a renúncia do presidente Viktor Yanukovich.
[SAIBAMAIS]A União Europeia anunciou no domingo a suspensão das negociações para a assinatura de um acordo de associação com a Ucrânia, ao mesmo tempo em que centenas de milhares de pessoas protestavam em Kiev contra Yanukovich, acusado de privilegiar a relação com a Rússia em detrimento da UE.
Quase 300 mil ucranianos se reuniram no domingo na Praça da Independência, centro de Kiev, para uma nova manifestação. Os protestos começaram em novembro. Yanukovich afirmou na sexta-feira em um encontro com representantes da oposição que os preparativos para um acordo de associação estavam no caminho equivocado e violavam os interesses nacionais da Ucrânia. Ele disse que as pessoas responsáveis pelas negociações seriam "excluídas e até mesmo destituídas de seus cargos".
O ministro sueco das Relações Exteriores, Carl Bildt - grande defensor da aproximação entre Ucrânia e UE -, disse que acordo de associação, da maneira como foi redigido, permanece sobre a mesa. No domingo (15/12), Azarov afirmou que a "integração europeia" é uma prioridade para o país.
"Nos dizem que as portas da UE estão abertas, assim como as da União Alfandegária com as ex-repúblicas soviéticas. É muito bom que possamos escolher e escolhemos a integração europeia", disse o primeiro-ministro ucraniano ao canal Inter. O senador americano John McCain, presente na manifestação de domingo, afirmou que os Estados Unidos apoiam os protestos.