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Kerry tropeça com rejeição palestina à presença militar israelense

"Nós trabalhamos com uma abordagem que garante a segurança de Israel e respeita completamente a soberania dos palestinos", declarou Kerry


"Abbas entregou uma carta expondo a posição palestina e fixando linhas vermelhas", completou a fonte, que citou sobretudo "a recusa de reconhecer Israel como um Estado judaico".

Ele insistiu na "necessidade de solucionar todos os temas" do conflito e manifestou o ceticismo sobre o acordo marco sem calendário que estaria sendo planejado pelo governo americano.

No início da manhã, o chefe da diplomacia americana encontrou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu em Jerusalém, para discutir como "avançar em direção a paz e a segurança", segundo Netanyahu.

Patrulhas israelenses-palestinas

A imprensa árabe, assim como a israelense, afirma que o plano do governo americano prevê a manutenção da presença militar israelense nas fronteiras entre Cisjordânia e Jordânia durante 15 anos, inclusive depois de um acordo de paz, e pretende apresentar "um acordo-marco" que defina as grandes linhas de um acordo final.

Segundo o jornal pan-árabe Al-Quds al-Arabi, o plano também prevê postos de controle e alerta israelenses em pontos altos na Cisjordânia, a garantia do direito de Israel de impedir a entrada de visitantes pela fronteira palestina-jordaniana e patrulhas conjuntas israelense-palestinas ao longo do Jordão.

O Departamento de Estado afirma que o objetivo de Washington é alcançar em nove meses, a partir da retomada das negociações, no fim de julho, um "acordo final", e não uma nova "solução transitória".

Netanyahu exige que o futuro Estado palestino seja desmilitarizado e que Israel possa manter, em longo prazo, tropas no vale do Jordão, na fronteira com a Jordânia.

Os palestinos rejeitam qualquer presença militar israelense em seu território depois de um acordo de paz, mas aceitam uma força internacional, opção rejeitada por Israel, que insiste na necessidade de "poder defender-se por si mesmo, com suas próprias forças".

Em uma coluna publicada quinta-feira, o ex-conselheiro a segurança nacional israelense, o general da reserva Giora Eiland, explica que, "do ponto de vista de Israel, o risco de ceder territórios na Judeia e Samaria (Cisjordânia) não é necessariamente da ameaça apresentada pelos palestinos, mas por outros inimigos" na região.

"Israel insiste em ter um controle ao longo do Jordão e parece que os americanos aceitam", afirmou o general, considerando que, para isto, o exército de Israel precisará de uma faixa de cinco quilômetros de comprimento no vale, uma exigência exorbitante para os dirigentes palestinos.

O presidente americano, Barack Obama, advertiu em 7 de dezembro que os palestinos deveriam aceitar um "período de transição" após a assinatura de um acordo de paz.