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Japão gastará US$ 970 milhões em depósito para solo de Fukushima

Tóquio - O Japão planeja empregar 100 bilhões de ienes (US$ 970 milhões) na construção de um reservatório temporário para armazenar dezenas de milhares de toneladas de solo contaminado com radiação do desastre de Fukushima, noticiou um jornal nesta quarta-feira.

Segundo o jornal Asahi Shimbun, o governo usará o dinheiro para comprar de 3 a 5 quilômetros quadrados de terra em algum lugar perto da usina acidentada.

Mas encontrar um lugar que possa receber a instalação, que o governo pretende usar por 30 anos, é um desafio político, e nenhuma autoridade local quis se comprometer até agora.

Tóquio gostaria de usar um terreno em uma das três cidades altamente contaminadas perto da usina, acrescentou o periódico, destacando que o ministro japonês do Meio Ambiente, Nobuteru Ishiara, falará com autoridades locais no próximo fim de semana.

Os prefeitos das três cidades - Futaba, Okuma e Naraha -, juntamente com o governador da prefeitura de Fukushima, Yuhei Sato, estariam preocupados com que o depósito temporário possa facilmente se tornar permanente.

Uma grande área no entorno da usina foi evacuada nas semanas que se seguiram à catástrofe de março de 2011, quando um tsunami decorrente de um forte terremoto provocou a fusão dos reatores.

Enquanto algumas áreas agora são consideradas seguras para receber os moradores de volta, muitas outras permanecem na zona proibida. Os cientistas alertam que alguns lugares podem ficar inabitáveis por décadas por causa da alta radioatividade.

Comprar terras nestas áreas poderia ser uma forma de o governo quebrar o atual beco sem saída em que se encontram os evacuados. Eles permanecem em abrigos temporários, impossibilitados de comprar novas terras, ou casas, e sem vender a antiga propriedade.

Ninguém do Ministério do Meio Ambiente estava disponível para comentar o informe.

No final de agosto, a quantidade total de solo contaminado e de destroços coletados nos esforços de descontaminação era de 132.738 toneladas, das quais cerca de 80% eram procedentes da prefeitura de Fukushima.