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Escândalo em Israel envolvendo doação de sangue de deputada negra

Segundo a imprensa, o ministério da Saúde considera que o sangue de judeus de origem etíope não nascidos em Israel apresenta risco de contaminação por doenças como a Aids

A Magen David Adom, o equivalente em Israel à Cruz Vermelha, rejeitou nesta quarta-feira (11/12) a doação de sangue da deputada negra de origem etíope Pnina Tamano-Shata, provocando um escândalo que tomou conta dos meios de comunicação.

A deputada ofereceu seu sangue durante uma campanha de doação organizada pela Magen David Adom na sede do Parlamento em Jerusalém, mas a funcionária do organismo explicou que "segundo as diretrizes do ministério da Saúde, não era possível aceitar sangue de origem judaica etíope".

A cena foi gravada por uma câmera, o que não deixou dúvidas sobre o incidente. Segundo a imprensa, o ministério da Saúde considera que o sangue de judeus de origem etíope não nascidos em Israel apresenta risco de contaminação por doenças como a Aids.

Em entrevista ao Canal 10, a deputada manifestou sua indignação com o incidente: "é uma afronta a toda uma comunidade por causa da cor de sua pele".



"Tenho 32 anos, cheguei aos três em Israel, prestei o serviço militar e tenho dois filhos; não há qualquer razão para ser tratada assim".

Ao menos 100 mil judeus etíopes emigraram para Israel nos últimos trinta anos nas operações "Moisés" e "Salomão", em 1984 e 1991.

Atualmente, mais de 120 mil judeus, entre eles 80 mil nascidos na África, vivem em Israel, onde são discriminados.