Washington e Londres anunciaram nesta quarta-feira (11/12) a suspensão de sua ajuda não-letal aos rebeldes sírios, depois que os combatentes islâmicos tomaram depósitos de armas da oposição e o controle de uma importante passagem na fronteira com a Turquia.
Os combatentes da Frente Islâmico, que no sábado tomaram o controle de depósitos de armas do Exército Sírio Livre (ESL), perto de Bab el Hawa, na fronteira com a Turquia, se apoderaram na terça deste ponto estratégico, que estava em poder do ESL. O posto fronteiriço foi fechado por Ancara.
Devido a essa situação, Estados Unidos e Grã-Bretanha anunciaram a suspensão de sua ajuda não-letal à oposição síria.
"Tendo em vista esta situação, nós suspendemos o envio de ajuda não-letal ao norte da Síria", indicou à AFP J.J. Grubisha, porta-voz da embaixada americana em Ancara.
Um diplomata da embaixada britânica declarou que seu país suspendia também a ajuda não-letal aos rebeldes sírios. "Não temos planos de entregar equipamento algum enquanto a situação continuar confusa", afirmou.
A Grã-Bretanha está "em contato com o SMC (Conselho Militar Supremo, nas siglas em inglês)" para investigar em que condições estão os equipamentos britânicos, disse o porta-voz, referindo-se à mais alta autoridade militar do ESL. Isso não significa que o apoio britânico à oposição síria esteja diminuindo, disse.
A Frente Islâmica, que foi formada no mês passado por seis grupos que defendem a formação de um estado muçulmano, rejeita a autoridade do ESL.
Enquanto isso, as monarquias árabes do Golfo defenderam na terça-feira, em sua cúpula anual no Kuwait, uma linha dura em relação à Síria, e pediram ao Irã uma prova concreta da nova orientação de sua política regional.
Preocupados com a guerra na Síria, as seis monarquias do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) exigiram a retirada de "todas as forças estrangeiras" do país, referindo-se aos combatentes do movimento xiita libanês Hezbollah e os conselheiros do Irã que ajudam o regime do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Em um comunicado final, elas afirmaram que "os pilares do regime que têm sangue do povo sírio [em suas mãos] não devem desempenhar papel algum no governo de transição e o futuro político da Síria".
A França pretende seguir fornecendo ajuda não-letal aos rebeldes sírios.
Paralelamente, milhares de refugiados sírios estão em condições precárias em acampamentos no Líbano, enfrentando tempestades de neve e um frio glacial.