"Raramente um novo personagem no cenário internacional capturou tanta atenção tão rápido - jovem ou velho, crente ou cínico - como o papa Francisco", escreveu Gibbs a respeito de Jorge Bergoglio, de 76 anos. "Em seus nove meses no poder, se colocou no centro das discussões chaves de nossa era: sobre riqueza e pobreza, equanimidade e justiça, transparência, modernidade, globalização, o papel da mulher, a natureza do casamento, as tentações do poder", destacou. A chegada de Francisco ao Vaticano aconteceu no momento em que a Igreja Católica atravessa uma de suas crises mais profundas, após os escândalos de pedofilia dos últimos anos e acusações de afastamento dos fiéis.
O Vaticano reagiu com a afirmação de que o anúncio "não é surpreendente, levando em consideração a ressonância e a ampla atenção dada ao Papa Francisco e ao início do novo papado", e destacou o "sinal positivo" de que tenha recebido "um dos reconhecimentos mais prestigiosos da imprensa internacional". "O papa não busca a fama ou o sucesso porque está a serviço do Evangelho de Deus, de amor para todos. Se a escolha como personalidade do ano significa que as pessoas entenderam, ao menos implicitamente, esta mensagem, então o deixará definitivamente feliz", afirmou o porta-voz da Santa Sé, Francisco Lombardi. Atrás do papa Francisco ficou o ex-consultor da NSA o americano Edward Snowden, que revelou o programa secreto de espionagem do governo de seu país e atualmente está asilado na Rússia. O papa Francisco, primeiro latino-americano , foi "uma escolha muito interessante este ano", afirmou .
Entre os cinco finalistas estavam ainda a americana Edith Windsor, que venceu um caso na Suprema Corte do país sobre os direitos dos casais homossexuais; o presidente sírio Bashar Al-Assad, que permanece no poder apesar das pressões internacionais; e o senador americano Ted Cruz, responsável pela estratégia republicana para forçar a paralisação do governo federal há alguns meses. A designação de "personalidade do ano" é uma tradição anual da revista Time desde 1927. A figura escolhida ocupa a capa da edição de fim de ano da revista. Em 2012, a personalidade do ano foi o presidente americano Barack Obama, reeleito para o cargo. Em 2011, a personalidade do ano da revista Time foi a figura do "manifestante", em um reconhecimento às pessoas de todo o mundo, em particular do Oriente Médio e norte da África, que saíram às ruas para lutar por seus direitos na denominada "Primavera Árabe".