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Sem UE a Itália voltaria à Idade Média, diz primeiro-ministro italiano

Enrico Letta também denunciou os populismos antieuropeus

Roma - O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, afirmou nesta quarta-feira (11/12) que, sem a União Europeia, a Itália "voltaria à Idade Média" e denunciou os populismos antieuropeus. "Hoje traçamos uma linha nítida: deste lado os que amam a Europa, reconhecem as contradições e querem reformá-la, mas sabem que sem a UE retornaríamos à Idade Média", disse, antes de um voto de confiança.

[SAIBAMAIS]"Do outro lado estão aqueles que desejam bloquear a UE. Peço um mandato para uma Europa melhor. Aqueles que desejam isolar a Itália, que buscam o consenso mediante o populismo, não devem me dar sua confiança", destacou. Os comentários foram claramente dirigidos aos dois partidos da oposição, o Movimento Cinco Estrelas, do comediante Beppe Grillo, e o Força Itália, de Silvio Berlusconi, que atacam regularmente a UE e o euro.



Letta consagrou grande parte do discurso à UE, que ele deseja ver mais próxima dos cidadãos, capaz de apresentar um projeto de unidade. "Atualmente falta um projeto que permita unir as diferentes reformas individuais. Sem ele, a Europa vai parar e, inclusive, pode ser implodida", disse o chefe de Governo da Itália, país que assumirá a presidência europeia em julho de 2014. O primeiro-ministro citou o funeral de Nelson Mandela como exemplo da perda de peso da UE.

"A dramática ausência da UE foi perceptível quando todos os europeus estavam presentes na recordação de Nelson Mandela, mas os protagonistas eram outros: Estados Unidos, China, Índia e Brasil", disse Letta.