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Raul Castro fala do envolvimento de Cuba na África ao lembrar Mandela

Durante discurso na cerimônia em homenagem ao ex-presidente sul-africano, o presidente cubano lembrou uma frase do irmão Fidel: " Mandela não entrará para a história pelos 27 anos que passou detido, e sim porque foi capaz de arrancar de sua alma o veneno que criou um castigo tão injusto"



A relação ganhou força com a participação militar cubana em apoio à independência de Angola. Cuba enviou 50 mil soldados para combater em Angola as forças sul-africanas, até sua retirada no fim dos anos 1980. "Mandela é um exemplo insuperável para a América Latina e o Caribe, que avançam na integração em benefício de seus povos", prosseguiu Raúl Castro, que não mencionou a palavra "imperialismo" e apertou a mão do presidente americano Barack Obama, que discursou antes dele na homenagem a Mandela.

Raúl mencionou a "amizade íntima" de Mandela e Fidel, antes de citar uma frase do irmão. "Mandela não entrará para a história pelos 27 anos que passou detido, e sim porque foi capaz de arrancar de sua alma o veneno que criou um castigo tão injusto".



Antes do discurso, Raúl Castro recebe um aperto de mão do presidente americano Barak Obama. Obama ofereceu este aperto de mãos histórico antes de subir na tribuna para pronunciar seu discurso, testemunhando assim a sua vontade de se aproximar de antigos inimigos dos Estados Unidos, explicou esta autoridade. Os dois países mantém relações tensas desde os anos 1960.

As imagens da televisão sul-africana, que retransmite a cerimônia de homenagem a Nelson Mandela, mostraram este aperto de mão. Barack Obama e Raúl Castro trocaram algumas palavras antes de o presidente americano dar um abraço em Dilma Rousseff, que estava ao lado do líder cubano na galeria do estádio Soccer City, em Soweto.