Cidade do Cabo - Ex-guardas e companheiros de prisão de Nelson Mandela prestaram uma homenagem ao líder da luta contra o apartheid nesta terça-feira (10/12), na Cidade do Cabo, diante da ilha-prisão de Robben Island, onde ele passou 18 dos 27 anos em que esteve preso.
[SAIBAMAIS]Uma única vela foi acesa ante os retratos de Madiba no pequeno auditório batizado de "Passagem Nelson Mandela", que é, ao mesmo tempo, um museu e ponto de onde partem os barcos para a ilha, no turístico bairro de Waterfront, na Cidade do Cabo. O ex-guarda Christo Brand, que, com o passar dos anos, virou amigo do ilustre prisioneiro, disse ante cerca de 200 pessoas que Mandela não mudou sua maneira de ser quando virou presidente. "Sei que morreu em paz e é por isso que lutou", afirmou.
Lionel David, que esteve preso em Robben Island, afirmou, por sua vez que "nosso dever como sul-africanos é manter vivo seu legado, e agora romper as barreiras que continuam nos separando". Para Lorraine Steenkamp, que chegou de Venda, um antigo bantustan (nome das regiões criadas pelo apartheid para a população negra), ir a Robben Island é a melhor maneira de recordar Mandela.
"Se Nelson Mandela não tivesse combatido por nossa liberdade, eu não poderia ter me casado com meu marido nem ter filhos lindos", afirmou, referindo-se às leis do apartheid, que proibiam as relações entre raças diferentes. Ela é negra e ele e afrikaner, a comunidade descendentes dos primeiros colonos europeus que fala um idioma que provém do holandês e que instaurou o regime de segregação racial do apartheid.