Bagdá - Dois atentados mataram pelo menos 22 pessoas, nesta segunda-feira (9/12), nas imediações de um café ao norte de Bagdá e na frente de uma delegacia, em uma série de ataques a esse tipo de estabelecimento este ano no país.
No mais letal deles, um carro-bomba deixou 11 mortos de manhã, nos arredores de um café, ao norte da capital iraquiana. A explosão aconteceu na cidade de Buhruz, ao sul de Baaqba, e provocou ainda 22 feridos, segundo fontes policiais e médicas.
Outro veículo carregado de explosivos foi detonado perto de uma delegacia de polícia em Tarmiyah, ao norte de Bagdá. Três agentes morreram, e outros nove ficaram feridos.
Na capital, uma bomba colocada em uma estrada provocou a morte de dois milicianos anti-Al-Qaeda. Outros dois indivíduos armados com fuzis assassinaram o dono de uma loja.
Ao sul de Bagdá, outro artefato explosivo deixado no acostamento de uma estrada matou duas pessoas, nas proximidades de um mercado da região de Besmaya. Uma explosão em Madain atingiu um soldado, que não resistiu.
No norte do país, um taxista faleceu, vítima de uma bomba plantada na rua, em Tuz Jurmatu, enquanto um grupo de homens armados matou um policial na cidade vizinha de Mossul.
Mais de 6.300 pessoas morreram em atos de violência desde o início do ano, entre outros, a dezenas de cafés, mercados e mesquitas, de acordo com um balanço da AFP.
Essa é a onda de violência mais grave registrada no Iraque desde 2008, apesar da intensificação das medidas de segurança e das várias operações contra os rebeldes. As autoridades atribuem os ataques a militantes vinculados à Al-Qaeda, fortalecidos pela guerra na vizinha Síria.
Analistas e diplomatas consideram, porém, que o governo não tem feito o suficiente para solucionar os problemas internos, o que alimenta a violência.
A última onda de distúrbios teve início depois de uma operação das forças de segurança em abril, em um local de protestos de árabes sunitas, ao norte de Bagdá. Dezenas de pessoas foram mortas.
A minoria sunita, que reclama de discriminação por parte da maioria governante xiita, organiza protestos há um ano.
O governo fez algumas concessões para aplacar as demandas dos árabes sunitas, mas a violência não dá sinais de queda.