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Presidente ucraniano dialogará com oposição que se mantém nas ruas

O presidente apoia a iniciativa de uma mesa redonda proposta pelo ex-presidente Leonid Kravchuk, "que poderá ser um espaço para chegar a um entendimento"

Kiev - A presidência ucraniana anunciou nesta segunda-feira (9/12) que o presidente Viktor Yanukovich, que apoia uma série de contatos com a oposição, se reunirá com três ex-presidentes ucranianos, após duas semanas de manifestações opositoras. O presidente apoia a iniciativa de uma mesa redonda proposta pelo ex-presidente Leonid Kravchuk, "que pode ser um espaço para chegar a um entendimento", afirmou a presidência em um comunicado.



Por sua vez, cem pessoas partidárias do governo se reuniram em um parque situado junto ao Parlamento. A rejeição do presidente Viktor Yanukovich em assinar um acordo de associação com a UE, negociado durante meses, afundou a Ucrânia em uma crise política sem precedentes desde a chamada Revolução Laranja de 2004, que permitiu a chegada de líderes pró-ocidentais ao poder. Posteriormente, depois de triunfar nas eleições presidenciais, Yanukovich chegou ao poder em 2010.

Os líderes da UE acusam a Rússia de ter exercido pressões econômicas e ameaças inaceitáveis sobre a Ucrânia para que renunciasse à associação com a União Europeia. Centenas de milhares de opositores ucranianos protestaram no domingo em Kiev pedindo a renúncia de Yanukovich, acusado de "vender" a Ucrânia à Rússia após sua rejeição em assinar um acordo de associação com a UE. Entre 250 mil e 300 mil pessoas lotaram a Praça da Independência, o local emblemático da pró-ocidental Revolução Laranja, assim como as ruas próximas.

Segundo os organizadores, o número de manifestantes se aproximou de um milhão, enquanto a polícia estimou em 60 mil os opositores e em 15 mil os presentes em uma manifestação de apoio a Yanukovich diante do Parlamento. Trinta manifestantes com os rostos cobertos derrubaram uma estátua de Lênin de 3,5 metros erguida na praça central de Kiev, indicou a polícia.

Também no domingo, o presidente ucraniano e seu colega da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, concordaram que a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, participe na próxima semana de uma missão de conciliação em Kiev. A Comissão confirmou nesta segunda-feira que Ashton viajará à Ucrânia na terça-feira. Por sua vez, reunidos em Bucareste, os chanceleres de Romênia, país vizinho da Ucrânia, e Geórgia convocaram o governo ucraniano a dialogar.