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Governo tailandês propõe eleições para acabar com crise política

Os líderes opositores já afirmaram que não vão se conformar com a convocação de eleições

Bangcoc - A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, propôs neste domingo a realização de eleições, em uma nova tentativa para tirar o país da crise política, às vésperas de outra manifestação de opositores que querem derrubar o seu governo. Logo depois de a chefe de governo ter feito a proposta, o principal partido da oposição na Tailândia anunciou que todos os seus deputados vão renunciar.

"O governo está disposto a dissolver o parlamento, se a oposição assim desejar", disse a primeira-ministra em declarações transmitidas pela televisão, indicando que as eleições vão ser realizadas em um prazo de 60 dias.

[SAIBAMAIS]Se, mesmo assim, "os manifestantes ou um importante partido político não quiser participar ou não aceitar os resultados das eleições, só vai prolongar o conflito", acrescentou.

Os líderes opositores já afirmaram que não vão se conformar com a convocação de eleições, o que causou um bloqueio político que gera riscos de confrontos violentos entre manifestantes e policiais, como já ocorreu na semana passada.

A capital tailandesa se prepara para novas manifestações depois que o principal nome do movimento opositor, Suthep Thaugsuban, ex-líder do Partido Democrata, convocou um ato para segunda-feira pela queda do governo e para substituí-lo por um "conselho popular" não eleito.

O porta-voz do Partido Democrata, Chavanond Intarakomalasut, indicou à AFP que seus legisladores renunciarão formalmente "o quanto antes".

A maioria dos opositores que exigem a renúncia do governo respeitou uma trégua, à exceção de um setor radical, em ocasião do aniversário do rei Bhumibol, na quinta-feira.

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Os manifestantes também querem o fim do que chamam e "sistema Thaksin", pelo nome do irmão de Yingluck, ex-primeiro-ministro derrubado por um golpe de Estado em 2006 e que, apesar de seu exílio, permanece no centro da política do reino.

A oposição conseguiu reunir 180.000 pessoas no auge das manifestações contra Shinawatra, acusada de ser uma marionete de seu irmão.

Um projeto de lei de anistia que foi elaborado na medida para Thaksin, segundo a oposição, provocou os protestos. O ex-premiê se exilou para escapar de uma condenação por desvio de recursos públicos.

Em 2010, cerca de 100.000 "camisas vermelhas" partidários de Thaksin ocuparam o centro de Bangcoc para exigir a renúncia do governo na época, em um protesto que foi violentamente reprimido pelo Exército.

A crise, que deixou cerca de 90 mortos e 1.900 feridos, criou profundas divisões na sociedade entre as massas rurais e urbanas desfavorecidas do norte e do nordeste, fiéis a Thaksin, e as elites da capital que gravitam em torno do palácio real, que as veem como uma ameaça à monarquia.