Tóquio - Uma camada de argila fez com que o terremoto que atingiu o nordeste do Japão em 2011 fosse muito mais devastador, já que agiu como lubrificante entre as placas tectônicas submarinas, anunciaram cientistas japoneses. Esta camada de solo argiloso, ou esmectita, de entre 1 e 5 metros de espessura, provocou um movimento muito rápido das placas, que deslizaram uma sobre a outra.
Descobriram que quando a camada de argila está imprensada entre camadas de rochas impermeáveis se torna muito mais escorregadia devido à enorme pressão sofrida. Segundo Kotaro Ujiie, esta camada de esmectita, que se formou com cinzas vulcânicas durante um longo período de tempo, inicialmente estava na superfície, mas pouco a pouco foi afundando nas entranhas da terra com as placas.
Os sismólogos realizam atualmente outras perfurações submarinas em frente à península de Kii, no sudoeste do Japão, na fossa de Nankai, onde a placa das Filipinas desliza sob a placa Eurásica e onde teme-se que ocorra um gigantesco terremoto em um futuro próximo. No entanto, segundo Ujiie, a falha tectônica da fossa de Nankai é menos escorregadia que mais ano norte da costa japonesa. "Sob a fossa há uma placa relativamente jovem que desliza, mas não passou tempo suficiente para que se forme uma camada de esmectita", explicou.