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Mais de 20 pessoas morrem em atentado contra ministério da Defesa no Iêmen

Um suicida ao voltante de um carro-bomba forçou a entrada do ministério, localizado no centro de Sanaa, e seus cúmplices dispararam contra prédios do complexo

Sanaa - Homens armados executaram nesta quinta-feira (5/12) um grande ataque contra a sede do ministério da Defesa em Sanaa e mataram ao menos 25 pessoas, no momento em que atentados atribuídos à Al-Qaeda se multiplicam no Iêmen em um contexto de bloqueio político. O ministro da Defesa, Mohamed Nasser Ahmed, não estava no local no momento do incidente. Ele está atualmente em Washington à frente de uma delegação militar.



Mas um correspondente da AFP informou que as forças de segurança continuam a procurar cúmplices dos atacantes nos prédios e casas vizinhas. E uma fonte da segurança ressaltou que militares atiravam em um prédio vizinho, a partir de onde os homens armados abriram fogo contra o complexo.


O ataque ocorre depois de uma onda de violência no país, especialmente contra o Exército. A maioria dos ataques são atribuídos à rede extremista Al-Qaeda, que continua a ser muito ativa no sul e sudeste do país, embora raramente reivindique os atentados. A capital iemenita não escapou da escalada da violência. No dia 26 de novembro, um cidadão do Belarus foi morto e outro ferido no meio da rua por homens armados.

Quatro dias antes, um deputado representante da rebelião zaidita xiita no diálogo nacional em curso, foi assassinado. O processo de transição política no Iêmen, único país da Primavera Árabe onde uma revolta popular levou a uma partida negociada do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, está bloqueado.

O diálogo nacional, que visa acabar com um período de transição política de dois anos, está atualmente em um impasse. Este diálogo entre todas as forças políticas deveria ter sido concluído em 18 de setembro e ter resultado na aprovação de uma nova Constituição para permitir a organização de eleições gerais.

Mas ele enfrenta vários obstáculos, incluindo demandas por autonomia. Os atrasos na implementação do acordo de transição também podem provocar a prorrogação do mandato do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi, eleito em fevereiro de 2012 por um período transitório de dois anos.