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Estados Unidos abordam zona de defesa aérea decretada pela China

O vice-presidente chinês, Li Yuanchao, número 5 na hierarquia do regime comunista, recebeu no Grande Palácio do Povo, junto à praça Tiananmen, o número dois americano

Pequim - O vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, iniciou nesta quarta-feira (4/12) reuniões com os líderes chineses em Pequim, onde prometeu falar da tensão criada pela instauração por parte da China de uma zona de defesa aérea. O vice-presidente chinês, Li Yuanchao, número 5 na hierarquia do regime comunista, recebeu no Grande Palácio do Povo, junto à praça Tiananmen, o número dois americano, que chegou no fim da manhã procedente de Tóquio.

[SAIBAMAIS]O presidente Xi Jinping recebeu posteriormente o vice-presidente dos Estados Unidos, que também deve se encontrar com o primeiro-ministro chinês, Li Kegiang. "Desde minha primeira visita a Pequim, há trinta anos, não mudou minha convicção de que nossa relação com a China amadureceria, convertendo-se em uma espécie de princípio organizador durável das relações internacionais", declarou Biden.



Depois de insistir na terça-feira em Tóquio sobre a solidez da aliança Estados Unidos-Japão, a capital chinesa recebeu o número dois americano em meio a um clima de relativa desconfiança. "Não é preciso esperar avanços concretos se vier apenas para repetir os comentários errôneos e parciais (realizados) por seu governo", advertiu o jornal China Daily em um editorial nesta quarta-feira. Um funcionário em Washington disse que Biden colocará sobre a mesa de seus interlocutores chineses a preocupação provocada pelo estabelecimento unilateral da "zona de identificação da defesa aérea" anunciada no dia 23 de novembro.

Esta zona engloba grande parte do mar da China Oriental, zona na qual se encontram as ilhas Senkaku, um arquipélago administrado pelo Japão, mas que a China reivindica sob o nome de Diaoyu. Na quinta-feira, Biden visitará Seul, outro grande aliado de Washington na região. "Nós, os Estados Unidos, estamos muito preocupados pela tentativa (chinesa) de modificar unilateralmente o status quo no mar da China Oriental", disse na terça-feira Biden, ao lado do primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

Além disso, disse que pretendia "manifestar esta preocupação de forma clara e direta" às autoridades chinesas. No entanto, a China afirma que apenas exerceu um direito soberano ao estabelecer novas regras de controle aéreo. "Não foi a China que alterou o status quo e agravou as tensões na região, mas o Japão", respondeu nesta quarta-feira Hong Lei, porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores.

O anúncio de Pequim sobre esta zona de defesa aérea provocou a ira de Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos. Estes países enviaram aviões militares à região, desafiando as ordens chinesas. A zona de defesa aérea chinesa, que afeta à do Japão, reaviva o medo de um incidente armado entre os dois vizinhos. Embora a geopolítica vá monopolizar boa parte das discussões em Pequim, várias ONGs escreveram uma carta a Biden para pedir que aborde também o sensível tema dos direitos humanos, e, em particular, o destino do Nobel da Paz Liu Xiaobo, que se encontra detido.

Em agosto de 2011 em Pequim Biden já se reuniu com Xi Jinping, seu colega na época, mas esta visita foi consagrada principalmente a tranquilizar Pequim sobre a solidez da economia americana.
Este novo giro asiático do número dois americano ocorre dois meses após o cancelamento de uma visita do presidente Barack Obama a esta região prioritária na política externa da administração democrata, devido à batalha pelo orçamento travada no Congresso.