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Bailarino do Bolshoi é condenado a 6 anos de prisão por ataque com ácido

Yuri Zarutski, o executor do ataque, foi condenado a 10 anos por ter jogado ácido no rosto de Serguei Filin, enquanto o terceiro acusado, o motorista Andrei Lipatov, foi condenado a quatro anos

Agência France-Presse
postado em 03/12/2013 10:17
Moscou - Um tribunal de Moscou condenou nesta terça-feira (3/12) a seis anos de prisão em um campo de reclusão o bailarino do Bolshoi, Pavel Dimitrichenko, condenado como autor intelectual do ataque com ácido contra seu diretor artístico. Yuri Zarutski, o executor do ataque, foi condenado a 10 anos por ter jogado ácido no rosto de Serguei Filin, enquanto o terceiro acusado, o motorista Andrei Lipatov, foi condenado a quatro anos.

Pavel Dimitrichenko autor intelectual do ataque com ácido contra o diretor artístico do Bolshoi
Dimitrichenko e os outros dois acusados foram declarados culpados no início da audiência pela juíza Elena Maximova. Os três são julgados desde outubro em um tribunal moscovita pelo ataque, cometido em 17 de janeiro diante da casa do diretor artístico do prestigioso teatro.

O ataque provocou ferimentos graves no rosto e nos olhos de Serguei Filin, de 43 anos. O diretor passou por várias cirurgias na Alemanha. Na semana passada, a promotoria pediu nove anos de prisão para Dimitrichenko, 10 para Zarutski, executor da agressão, e seis para o motorista Lipatov.



Segundo a acusação, o ataque foi organizado com antecedência e todos as pessoas interrogadas durante o processo demonstraram que Dimitrichenko, em conflito com Filin, tinha motivos para cometer a agressão. Durante o processo, o bailarino, de 29 anos, negou que tenha desejado ferir gravemente de forma premeditada Filin, mas admitiu que pediu que ele fosse agredido. Zarutski afirmou que atacou Filin com ácido por iniciativa própria.

Rivais sem piedade

O caso revelou as rivalidades sem piedade entre os bailarinos do célebre teatro Bolshoi, o mais prestigioso da Rússia e conhecida em todo o mundo. O caso também teve consequências na organização do teatro e o bailarino principal da companhia, Nikolai Tsiskaridze, em conflito com Filin, foi demitido em junho por ter duvidado da gravidade dos ferimentos do rival.

Anatoli Iksanov, ex-diretor do teatro, acusou Tsiskaridze de ter estimulado a agressão. Um mês mais tarde, no entanto, Iksanov também foi demitido. O teatro se foi afetado por outros escândalos. Em novembro, uma bailarina americana, Joy Womack, afirmou ao jornal Izvestia que deixou o Bolshoi ao ser informada que teria que pagar 10 mil dólares para ser escolhida como solista.

Na segunda-feira, o maestro e diretor musical do teatro, Vasili Sinaiski, pediu demissão, apenas 15 dias antes da esperada estreia da ópera "Don Carlo", de Verdi. Vladimir Urin, substituto de Iksanov, tem por missão restabelecer a ordem no teatro e melhorar sua imagem.

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