No arenoso terreno da diplomacia, às vezes é preciso deixar levar os anéis para salvar os dedos. A negociação em Genebra (Suíça) que trouxe o Irã de volta ao diálogo sobre o programa nuclear também revelou uma reaproximação inédita com os Estados Unidos em 34 anos. Mas não sem um preço para o presidente Barack Obama. Tradicional aliado americano no Oriente Médio, Israel protesta e cobra explicações da manobra que pode colocar aquele que considera seu ;pior inimigo; na posição de potência regional. Não é a primeira vez que os governos de Obama e do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se estranham, considerando os momentos de desacordo nos últimos cinco anos. No entanto, para analistas ouvidos pelo Correio, a realidade já foi alterada. Eles creem que um Oriente Médio sem o isolamento iraniano se aproxima e se impõe como novo fator a ser enfrentado por Israel e por outro rival persa, a Arábia Saudita.
Ao longo da última semana, ficou claro que os EUA e o Irã vinham mantendo contato há pelo menos um ano e que os dois lados estavam determinados a resolver a questão nuclear e abrir caminho para a reaproximação. Os países têm interesses comuns em vários temas, como a estabilização no Afeganistão, no Iraque e, principalmente, na Síria. De acordo com Jamsheed Choksy, historiador do Centro de Estudos da Eurásia da Universidade de Indiana (EUA), ter a República Islâmica como amiga passou a ser mais interessante, na medida em que a defesa incondicional dos aliados no Oriente Médio começou a pesar demais para a diplomacia americana. ;Netanyahu vem lutando fortemente para que a administração Obama mude sua política, mas o presidente se deu conta de que o Irã é importante demais no Oriente Médio e os dois países precisam trabalhar juntos;, disse Choksy.
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