Tóquio - Dois projeteis artesanais foram lançados durante a madrugada desta sexta-feira (29/110 perto de uma base militar dos Estados Unidos nos arredores de Tóquio sem deixar vítimas, indicou a polícia japonesa. "O incidente ocorreu às 23h30 (local) de quinta-feira (28/11) perto da base aérea americana de Yokota. Alguns vizinhos ouviram explosões. A polícia encontrou no local dois tubos de aço, cabos e baterias. Não foi registrado nenhum dano", declarou um porta-voz da polícia de Tóquio.
[SAIBAMAIS]O Exército dos Estados Unidos confirmou em um comunicado a descoberta de um "sistema de lançamento artesanal no exterior da base de Yokota". "Não há feridos. Levamos muito a sério estes casos que afetam a segurança de nossas instalações e cooperamos" com a polícia japonesa, acrescenta o comunicado. Segundo a imprensa nipônica, os dois tubos foram enterrados, exceto o topo, e estavam orientados em direção à base militar americana. A polícia ainda não encontrou os projéteis que foram lançados.
As autoridades suspeitam que esta ação pode ser obra de ativista de extrema-esquerda, de acordo com a agência de notícias Jiji e outros meios de comunicação. Segundo a televisão NTV, o líder de um grupo desse movimento foi preso quinta-feira e a ação contra a base poderia ser uma vingança de seus colegas. NTV lembrou que quatro anos atrás houve um incidente semelhante, quando a polícia invadiu um esconderijo do grupo, a Fração dos Operários Revolucionários. No Japão, cerca de 50 mil soldados americanos estão presentes sob um tratado de defesa mútua.
Parte da população japonesa não aceita a presença militar dos Estados Unidos, especialmente no sul da ilha de Okinawa, mas nenhum incidente violento com conotação política foi registrado nos últimos anos. A renovação, em 1960, do tratado de segurança entre os dois países levou a organização de importantes manifestações anti-americanas em Tóquio. O incidente desta sexta-feira ocorre em um contexto de crescente tensão entre a China e o Japão, e alguns dias da chegada a Tóquio do vice-presidente americano, Jo Biden. Após a decisão de impor uma zona de identificação aérea em grande parte do Mar da China Oriental, incluindo algumas ilhas administradas pelo Japão e revindicadas por Pequim, Biden viaja para Tóquio para reafirmar o apoio dos Estados Unidos a seu aliado.