Roma - O ex-primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi foi destituído nesta quarta-feira (27/11) de seu cargo como senador, após sua condenação definitiva a um ano de prisão por fraude fiscal.
O presidente do Senado, Pietro Grasso, fez o anúncio da destituição do magnata da mídia após a rejeição pelos membros do Senado, em diversas rodadas de votação, de vários documentos apresentados pelo ;Cavaliere; para tentar evitar a expulsão.
"São, portanto, consideradas aprovadas as conclusões da Comissão Eleitoral defendendo a invalidação da eleição do senador Silvio Berlusconi", declarou Grasso.
"É um dia amargo, um dia de luto", declarou Berlusconi, com a mão sobre o coração, ao cumprimentar seus partidários em Roma, pouco antes da votação no Senado sobre a sua destituição.
"Hoje, vejo em seus olhos que a emoção não é apenas minha, mas também a de vocês", disse, agradecendo os milhares de partidários reunidos em apoio ao seu líder. O resultado da votação não gerava dúvidas, já que a esquerda e o Movimento Cinco Estrelas do humorista Beppe Grillo anunciaram um voto conjunto.
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A princípio, a decisão não provocará consequências para o governo de coalizão de Enrico Letta, de centro-esquerda, que pode contar com a lealdade dos cinco ministros de direita, incluindo um ex-aliado de Berlusconi, Angelino Alfano, e outros 50 deputados reagrupados como Nova Centro-Direita.
Berlusconi e seus "falcões" passaram à oposição na terça-feira ao pedir um voto contra a lei de orçamentos, sobre a qual o governo havia apresentado uma "maxi emenda" com todas as modificações atribuídas pelo Senado ao projeto de lei.
A moção de confiança foi vencida pelo governo durante a noite por 171 votos a 135. A imprensa italiana enfatizava nesta quarta-feira a retirada do apoio, mais que o fim de 20 anos de domínio de Il Cavaliere na política do país.
Alguns não parecem acreditar nele, como o jornal La Repubblica, que escreve: "A aposta de Silvio: voltarei ao palácio Chigi". O Corriere della Sera critica Berlusconi por ter escolhido o lema "Depois de mim, o dilúvio", assim como o "berlusconianos" por terem optado, ao lado do movimento Cinco Estrelas, por uma "posição antissistema".
Os partidários de Berlusconi anunciaram um protesto para esta quarta-feira em Roma, enquanto os opositores pretendem celebrar sua queda perto do Senado.