A polícia de choque dispersou nesta terça-feira (26/11) centenas de estudantes que bloqueavam uma avenida de Tegucigalpa para protestar contra a vitória do candidato de direita Juan Orlando Hernández e proclamar a eleição de Xiomara Castro, mulher do presidente deposto Manuel Zelaya.
Apoiados por soldados, agentes da recém-criada Polícia Militar utilizaram bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetete para dispersar cerca de 800 estudantes que ocuparam a avenida Suyapa, diante da Universidade Nacional, no leste da capital.
"Xiomara presidenta", gritavam os manifestantes enquanto queimavam fotografias de Hernández, antes da ação repressiva da polícia.
"Estamos fartos de políticos ladrões, que fraudam as eleições; tudo vai continuar o mesmo (...), nós do Libre nos preocupamos com os pobres", disse à AFP José Luis, estudante de Informática da Universidade Nacional.
[SAIBAMAIS]Zelaya, derrubado por uma aliança cívico-militar de direita no dia 28 de junho de 2009, reafirmou aos meios de comunicação que a contagem dos votos do TSE não corresponde à realidade e ameaçou defender a vitória de sua mulher "nas ruas" de Honduras se for necessário.
Hernández, do governista Partido Nacional (PN), soma 34% dos votos contra 29% de Xiomara Castro, segundo o último boletim do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE), após a apuração de 67% das urnas.
Observadores da União Europeia (UE) e da Organização dos Estados Americanos (OEA) qualificaram como "transparentes" e "confiáveis" as eleições de domingo em Honduras.
A UE credenciou 100 observadores para as eleições, enquanto a OEA destacou 82, alguns dos quais estiveram desde a convocação, em maio, e deram seguimento a todo o processo.