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Manifestantes e policiais realizam novos confrontos na capital ucraniana

O grupo protesta contra a decisão da Ucrânia de não assinar um acordo de associação com a União Europeia

Kiev - Centenas de manifestantes da oposição, que reclamam a demissão do Governo, entraram nesta segunda-feira (25/11) no ministério tailandês das Relações Exteriores, em Bangcoc, informou o porta-voz do local. Horas antes, outras centenas de manifestantes invadiram ministério das Finanças tailandês, e o líder da iniciativa convocou "a ocupação de todos os ministérios".

Os manifestantes entraram no prédio, sem causar danos. "É a última fase da desobediência civil. Se os funcionários não pararem o trabalho, amanhã vamos tomar todos os ministérios", declarou Suthep Thaugsuban, um dos líderes do Partido Democrático, principal formação da oposição.

Antes de entrar no ministério, Suthep disse que o objetivo é "mostrar que o sistema de Thaksin não tem legitimidade para governar o país", referindo-se ao ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, que apesar de ter sido exilado continua a ser um dos protagonistas da política no reino. Sua irmã Yingluck é a atual chefe de Governo.

[SAIBAMAIS]Segundo a polícia, mais de 30 mil opositores de Yingluck Shinawatra participaram em passeatas nesta segunda-feira (25) em vários locais, incluindo delegacias de polícia, quartéis do exército e emissoras de televisão. Aos gritos de "Fora Thaksin, o exército está conosco", alguns manifestantes pediram a intervenção militar em um país que viveu 18 golpes de Estado desde o estabelecimento da monarquia constitucional em 1932. Um deles, em 2006, derrubou Thaksin. No entanto, a primeira-ministra descartou a possibilidade de renúncia. Questionada por jornalistas se iria renunciar ou dissolver o Parlamento, respondeu com um lacônico "não".



A última grande crise política ocorreu em 2010, quando 100 mil partidários de Thaksin ocuparam o centro de Bangcoc durante dois meses para exigir a saída do governo da época. Finalmente, os manifestantes foram expulsos com uma intervenção militar sangrenta, que terminou com um saldo de 90 mortos.

A crise expôs as profundas divisões entre as massas rurais e urbanas desfavorecidas do norte, partidárias de Thaksin, e as elites de Bangcoc, que odeiam o ex-primeiro-ministro. A divisão ainda está presente no país, como evidenciado pela mobilização paralela dos partidários de Thaksin, que saíram às ruas no domingo para apoiar o atual governo.