A chegada neste sábado dos chefes da diplomacia dos países envolvidos foi vista como um sinal de que, após três dias de negociações entre funcionários de escalão mais baixo e mais técnicos, um acordo estaria perto.
Kerry decidiu se somar às conversas, "na esperança de chegar a um acordo", explicou o Departamento de Estado dos EUA, em nota divulgada na sexta-feira. Desde sua chegada, porém, autoridades de ambos os lados insistiram nas divergências ainda em aberto.
No final da manhã, o ministro iraniano das Relações Exteriores, Mohamad Zarif, considerou que "as negociações entraram em uma fase muito difícil". "Os negociadores iranianos insistem nos direitos do nosso país, e não estamos dispostos a aceitar um acordo que prejudique os direitos e interesses do Irã", frisou.
Em Genebra, o ministro britânico William Hague afirmou que as negociações "continuam sendo muito difíceis". "Acho que é importante destacar que não estamos aqui porque as coisas estão concluídas", acrescentou.
Desde quarta-feira, os representantes diplomáticos do Irã e dos países do 5%2b1 tentam fechar um acordo para limitar o polêmico programa nuclear iraniano, em troca da diminuição das sanções que pesam sobre a economia desse país asiático situado no Oriente Médio.
"Conseguiremos um acordo - os seis países em questão - somente se acharmos que se trata de um acordo verdadeiramente útil que trata dos problemas que o programa nuclear iraniano representa", advertiu Hague. Ao comentar o histórico dessa confrontação de mais de dez anos entre o Irã e o Ocidente, o diplomata britânico lembrou: "nos lembramos da História, até que ponto esse programa foi encoberto e desafiou os acordos internacionais".
"Há uma oportunidade realista (de chegar a um acordo), mas ainda há muito trabalho", declarou o ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, que também foi a Genebra.
As discussões atuais se baseiam em um texto de 9 de novembro, redigido na rodada anterior de negociação. O projeto de um "acordo provisório" de seis meses - renovável, segundo uma fonte ocidental - prevê que o Irã limite seu programa nuclear em troca do abrandamento das sanções internacionais contra o país.
Os iranianos defendem seu "direito" de poder enriquecer urânio, mas países ocidentais e Israel suspeitam de que Teerã queira fabricar a bomba atômica.