O Papa Francisco disse nesta quinta-feira que vê a humanidade como "um poliedro", forma geométrica que não apaga as diferenças e respeita a pluralidade, diferentemente da "esfera", que "é lisa e sem facetas".
Ao fazer um comentário pessoal sobre o tema de um colóquio sobre a doutrina social da Igreja - "Menos desigualdades, mais diversidades" -, Jorge Mario Bergoglio se posicionou contra o nivelamento das ideias e dos modos de agir, que acaba excluindo determinados grupos sob o pretexto de eliminar as diferenças.
O tema do evento, segundo ele, tem o mérito de destacar a "riqueza plural das pessoas, como expressões de talentos pessoais, e se distancia da homogeneização que mortifica e torna desiguais". Em uma comparação científica, Francisco citou a esfera e o poliedro.
[SAIBAMAIS]"A esfera pode representar a homogeneização, como uma espécie de globalização. Ela é lisa, sem facetas, igual em todas as partes. O poliedro tem uma forma parecida com a da esfera, mas é composta de inúmeras facetas", analisou.
"Agrada-me imaginar a humanidade como um poliedro, no qual as múltiplas formas, ao se expressarem, constituem os elementos que compõem, na pluralidade, a única família humana. A verdadeira globalização é isso! A outra globalização, a da esfera, é uma homogeneização", completou.
Em sua mensagem gravada em vídeo, ele também falou do descarte dos idosos e dos jovens, condenados ao desemprego, e defendeu a doutrina social da Igreja, que evita "a escravidão do dinheiro".
"Eu me lembro. Eu tinha 18 anos. O ano era 1954, e eu ouvi meu pai dar uma palestra sobre o movimento cooperativo cristão. A partir desse momento (...), eu vi que esse era o bom caminho. É o caminho para a igualdade, mas não a homogeneidade. Economicamente, essa estrada é lenta. Eu me lembro ainda da reflexão do meu pai: ela vai lentamente, mas ela é segura", compartilhou o sumo pontífice.