O Comitê de Investigação russo quer manter em detenção por três meses os 30 membros da tripulação do navio do Greenpeace tomado por homens da Guarda Costeira em setembro, indicou a ONG.
A detenção provisória do grupo, que inclui a brasileira Ana Paula Maciel, termina no dia 24 de novembro, e a ONG denunciou uma "manobra da justiça".
Os 30 membros da tripulação do Arctic Sunrise, detidos após um protesto no qual alguns tentaram escalar uma plataforma de petróleo, foram encarcerados em Murmansk e depois transferidos na terça para São Petersburgo (noroeste). Eles foram acusados de pirataria, e depois de vandalismo, sem que esteja claro se a primeira acusação tenha sido retirada. Se forem condenados por pirataria, os ativistas podem cumprir uma pena de até 15 anos de prisão, enquanto a pena por vandalismo pode chegar a sete.
[SAIBAMAIS]"O Comitê de Investigação declarou que vai pedir o aumento por três meses da detenção provisória dos 30 militantes do Greenpeace, para concluir a investigação", indicou a ONG.
Não foi possível confirmar essa informação com o Comitê de Investigação. "A instrução é uma farsa e uma manobra da justiça", considerou o Greenpeace.
"O Comitê de Investigação se dedica há dois meses a ;investigar; um crime inexistente, enquanto as motivações e os detalhes da ação na plataforma Prirazlomnaia não são um segredo para ninguém, e são exibidas em comunicados à imprensa e em vídeos do Greenpeace", acrescentou o grupo.
A ONG indicou que seus advogados vão contestar se os ativistas forem mantidos em detenção e exigir sua libertação sob pagamento de fiança.
A ação do Greenpeace tinha como objetivo denunciar os riscos da exploração de petróleo no Ártico, uma região com ecossistemas particularmente frágeis.
A apreensão do navio do Greenpeace e a detenção dos ambientalistas desencadeou protestos em todo o mundo, mas as autoridades russas se mantêm inflexíveis.