O julgamento do guia supremo da Irmandade Muçulmana e de seus assessores por "incitação ao assassinato" de manifestantes será retomado em 11 de dezembro - informaram fontes judiciais nesta quinta-feira (14/11) no Egito.
Os três magistrados que presidiram as duas primeiras audiências nesse processo contra Mohamed Badie, atualmente detido, e outros 34 acusados, incluindo seus dois subordinados mais próximos, abandonaram o caso por "objeção de consciência", no final de outubro.
O ex-presidente Mohamed Mursi, deposto e preso pelo Exército em 3 de julho, é membro da Irmandade, banida pela Justiça.
Badie e seus dois assessores podem ser condenados à pena de morte por "cumplicidade" no assassinato de nove manifestantes opostos a Mursi em 30 de junho.
Outros três membros de seu movimento são acusados desses "assassinatos", e 29 militantes islâmicos deverão comparecer à Justiça por terem participado - armados, segundo a Procuradoria - desses confrontos.
Em 30 de junho, milhões de manifestantes exigiram a saída de Mursi, acusando-o de ter assumido o poder em benefício exclusivo da Irmandade Muçulmana e de ter terminado de arruinar uma economia já debilitada.
O Exército usou essa mobilização como justificativa para o golpe de Estado aplicado em 3 de julho contra o primeiro presidente eleito democraticamente no país.
Além desse processo, iniciado em agosto, Badie também é acusado de "incitação ao assassinato" de manifestantes em outro caso, pelo qual deverá comparecer à Justiça em 9 de dezembro. Nesse dia, outras 14 pessoas também são esperadas no tribunal, incluindo vários dirigentes da organização.
Eles foram indiciados depois dos atos de violência de 15 de julho, em meio aos protestos no Cairo pelo retorno de Mursi ao poder. Cinco pessoas morreram, e outras 100 ficaram feridas nesses confrontos.
Mursi está sendo julgado por "incitação ao assassinato" de sete manifestantes durante conflitos na frente da presidência, em 5 de dezembro de 2012. Seu processo, iniciado em 4 de novembro, será retomada em 8 de janeiro.