Jornal Correio Braziliense

Mundo

Ministros russos visitam Egito para discutir cooperação militar

A visita dos ministros ao Cairo é, segundo Moscou, a primeira na história a este nível



[SAIBAMAIS]"Shoigu e Al-Sisi discutiram sobre a cooperação militar", afirmou Lavrov durante uma coletiva de imprensa. Sobre a transição democrática prometida pelas novas autoridades, Lavrov destacou que a "Rússia é contra toda ingerência nos assuntos internos e (respeita) a soberania do Egipto e o direito do povo egípcio a escolher seu futuro". Em nível diplomático, Lavrov e Fahmy afirmaram que discutiram as negociações israelo-palestinas, que enfrentam dificuldades. E a respeito do conflito na Síria, Lavrov, pediu o mais rápido possível a realização de uma conferência internacional para iniciar o diálogo político entre a oposição e o regime de Bashar al-Assad, grande aliado de Moscou.

Ele insistiu que acabar com o conflito beneficia "a estabilidade da região", enquanto Fahmy se declarou "contrário a uma solução militar na Síria" e pediu a "a todas as partes que se comprometam com a busca de uma solução política". Recentemente, Fahmy declarou à AFP seu desejo de oferecer novas "opções" a seu país depois do congelamento parcial em outubro da ajuda militar, no valor de 1,3 bilhões de dólares anuais, por Washington em represália à repressão do governo aos partidários de Morsy em meados de agosto. Ao todo, mais de mil manifestantes, em sua maioria islâmicos, foram mortos desde o golpe.

Além disso, mais de dois mil membros da Irmandade Muçulmana, que venceu com grande expressividade as eleições legislativas de 2011, foram presos em meados de agosto, incluindo quase todos os seus líderes Os Estados Unidos acordaram bilhões de dólares em ajuda ao Egito desde a assinatura, em 1979, de um acordo de paz com Israel. Uma forma de garantir o respeito a este tratado, o acesso prioritário ao Canal de Suez, e apoiar o país mais populoso do mundo árabe. Em 3 de novembro, o secretário de Estado americano, John Kerry, viajou ao Cairo para reativar as relações bilaterais, reiterando a disposição de trabalhar com as autoridades interinas.