O tufão Haiyan levou pelo menos 2.344 vidas, espalhou a destruição por 7 mil ilhas e provocou, ontem, nova tragédia. O desespero ante a lenta ajuda humanitária, os corpos sepultados pelos escombros e o risco de epidemias somam-se à fome e à insegurança. Na cidade de Alangalang, na província de Leyte, uma multidão correu até um depósito de arroz do governo, em busca de comida. O muro desabou, provocando a morte por esmagamento de oito pessoas. A 17km dali, em Tacloban, moradores não conseguiram enterrar seus mortos. ;Tínhamos acabado de cavar o túmulo coletivo. O caminhão estava carregado de cadáveres, mas houve um tiroteio. Quando estava no meio do caminho, a polícia pediu que parássemos;, contou à agência France-Presse o prefeito Alfred Romualdez, obrigado a impor toque de recolher e a mobilizar 2 mil soldados e policiais, na tentativa de conter os saques.
Enquanto se preparava para partir da cidade de Cebu, em uma viagem humanitária rumo ao norte, a professora Faith Cañada, 28 anos, disse ao Correio que muitos filipinos estão deprimidos. ;Eles enfrentam a dor por terem perdido suas propriedades e seus familiares, mas também por terem que começar tudo de novo;, explicou. Integrante do Seminário da Escola Bíblica de Cebu, ela pretendia alcançar, ainda hoje, algumas localidades atingidas pelo tufão. ;Vamos distribuir alimentos fáceis de serem cozidos e outros de consumo instantâneo, além de água e artigos para higiene pessoal;, afirmou.
O britânico Ian Bray, assessor de imprensa para crises humanitárias da organização não governamental Oxfam, alerta que muitos flagelados recorrem a medidas desesperadas, como a invasão aos depósitos de alimentos. ;O que ocorreu em Tacloban foi uma reação extrema das pessoas, pois não existe mais comida, e a ajuda não tem chegado;, admitiu, por telefone, de Londres. ;Nós temos que nos esforçar para entregar a ajuda o mais rápido possível.; Ele alerta que, se os sobreviventes não forem capazes de manter as mãos limpas e de usarem instalações sanitárias adequadas, as chances de um surto passam a ser enormes. ;Pretendemos evitar uma crise de saúde pública, impedindo a contaminação da água ou de alimentos. Também precisamos de estradas livres de escombros, para que a logística envie ajuda imediata;, acrescentou Bray.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.