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Montanhas de lixo em calçadas agravam mau momento de capital espanhola

Após mais de uma semana de greve dos serviços de limpeza, papéis sujos, garrafas quebradas e restos de comida estragada se amontoavam nas calçadas, em frente às escolas ou aos terraços dos bares



Uma tarifa de táxi fixa até o aeroporto pretendia tranquilizar os turistas em relação a possíveis fraudes e novas multas contra atividades como prostituição, mendicância ou urinar na rua visavam a dar uma imagem melhor da cidade.

Mas é exatamente o contrário que está acontecendo por causa da greve dos garis em protesto contra o plano das empresas de limpeza contratadas pela prefeitura de cortar entre 625 e 1.134 de seus 6.000 empregos e reduzir entre 12% e 40% dos salários.

"Não só não estamos fazendo uma comunicação positiva, mas o lixo está dando uma imagem negativa de Madri. Esse é o grande problema que temos atualmente", lamentou Gil, advertindo: "Isto pode nos afetar bastante, não agora mesmo, mas nos próximos meses".

"Isto acontece no pior momento", admitiu Alfaro. "Esperamos que isto seja solucionado quando começar a campanha de Natal, no fim de novembro", continuou, mostrando preocupação com uma nova ameaça às vendas, que não param de cair desde que estourou a crise econômica em 2008.

Diante do acúmulo de lixo, muitos responsabilizam a prefeita da capital, Ana Botella, esposa do ex-chefe do governo conservador José María Aznar, que chegou ao posto sem ser votada para substituir o então prefeito Alberto Ruiz-Gallardón, que foi nomeado ministro da Justiça.

Sua gestão, já criticada em outras áreas, agora vê a redução do orçamento da limpeza municipal se voltar contra ela.

Nesta quarta-feira (13/11), a prefeita denunciou "uma greve selvagem" e atribuiu a responsabilidade às empresas terceirizadas, acusando-as de descumprir os serviços mínimos apesar de a prefeitura ter colocado escolta policial para reprimir os piquetes.

Botella, de 59 anos, foi muito criticada em novembro de 2012, após a morte de cinco jovens em uma confusão durante uma festa municipal, e em setembro deste ano, depois que Madri perdeu para Tóquio a organização dos Jogos Olímpicos de 2020.

"É uma pena, não têm sorte", disse Joan Simões, turista português de 30 anos, a respeito dos madrilenhos. "Já perderam os Jogos Olímpicos e se, além disso não tiverem turistas, será difícil", continuou.