La Paz - Um estudo financiado pela União Europeia e divulgado na noite de terça-feira (12/11) determina que a Bolívia precisaria de 14.705 hectares de plantações para suprir seu uso legal de coca, embora atualmente conte com 25.300 hectares, um excedente que é considerado destinado ao narcotráfico.
"A demanda exigida é de 20.690 toneladas anuais, que é uma estimativa, e a superfície exigida é de 14.705 hectares", informou o líder camponês Rodolfo Machaca, ao sair de uma reunião com o presidente Evo Morales no Palácio Quemado em La Paz na qual o governo divulgou o relatório dos "cocaleros".
Machaca, como líder do sindicato "cocalero" (CSUTCB), a organização mais importante do setor, se reuniu junto com líderes das regiões de Yungas de La Paz e de Chapare de Cochabamba com Morales e seus ministros da Presidência e do Interior. O governo planejava revelar publicamente o Estudo Integral sobre o Consumo da Folha de Coca, embora até o momento só tenha o feito de maneira reservada aos camponeses.
O líder dos "cocaleros" de Chapare (centro) e senador Julio Salazar confirmou os dados do relatório ao sair do encontro, embora tenha esclarecido que "é preciso continuar fazendo estudos, por exemplo, em temas de exportação e industrialização e ver quais derivados exportamos". A Bolívia é - segundo a ONU - a terceira produtora mundial de folha de coca e cocaína, atrás de Peru e Colômbia.