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Netanyahu recua na colonização para influenciar em acordo com Irã

O anúncio do ministro foi duramente criticado pelos Estados Unidos, que consideram a colonização ilegítima

Jerusalém - Em plena crise diplomática com Washington, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, se viu obrigado a voltar atrás em um projeto de colonização para não contrariar a comunidade internacional e convencer o mundo a endurecer sua atitude em relação ao Irã. O primeiro-ministro israelense precisou desautorizar publicamente na terça-feira (12/11) seu ministro da Habitação, Uri Ariel, que anunciou sem coordenação prévia um projeto para construir 20 mil casas nas colônias da Cisjordânia ocupada, um número recorde.



"O primeiro-ministro tem razão quando diz que em um período tão sensível, quando estamos tentando convencer os americanos, os europeus e os russos a corrigir o acordo problemático com o Irã, é preciso fazer as coisas em coordenação com o primeiro-ministro", disse à rádio pública.

Uma oposição "histérica"

O chefe do governo israelense está em plena batalha diplomática sobre o polêmico programa nuclear iraniano com o secretário americano de Estado, John Kerry, acusado por ele de querer conseguir a qualquer preço um acordo ruim com Teerã, embora os americanos prometam que nunca deixarão que o Irã construa uma bomba nuclear. Inclusive o influente New York Times criticou na terça-feira em seu editorial a oposição histérica de Netanyahu os esforços ocidentais para alcançar um acordo com o regime iraniano.

Israel também está tentando usar sua influência no Congresso dos Estados Unidos para pressionar a administração de Barack Obama antes que as negociações com Teerã sejam retomadas, no dia 20 de novembro. "Vamos realizar uma campanha nos Estados Unidos entre dezenas de membros do Congresso, para os quais eu mesmo vou explicar que a segurança de Israel está em jogo", explicou o ministro da Economia, Naftali, antes de viajar na terça-feira (12) a Washington. Mas esta ofensiva diplomática também provoca comentários céticos ou irônicos.

"Se (os Estados Unidos) não nos deixarem bombardear o Irã, vamos bombardear os Estados Unidos. Esta parece ser a nova estratégia israelense diante da ameaça nuclear iraniana", escreve Zvi Bar;el nesta quarta-feira no jornal de esquerda Haaretz. "Sem nenhuma dúvida chegou a hora de ocupar Washington. É o autêntico inimigo que leva o mundo ao abismo e que ameaça a existência de Israel", acrescenta com ironia.