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Bailarina norte-americana acusa famoso teatro Bolshoi de corrupção

A artista afirma a academia de dança pediu 10 mil dólares para ela se tornar solista

Moscou - Uma bailarina americana acusa o famoso teatro Bolshoi de corrupção e afirma que pediram a ela 10 mil dólares para se tornar solista, em uma entrevista publicada nesta quarta-feira (13/11) pelo jornal Izvestia. Joy Womack, a primeira americana a estudar na academia de dança do Bolshoi, foi admitida na companhia de balé em 2012.

"Diziam-me: ;Joy;, você não tem padrinho, deveria ter um (...). No nosso teatro as coisas são feitas de outra maneira", explicou ao Izvestia. Womack se reuniu com o diretor artístico do Bolshoi, Serguei Filin, para tentar conseguir um posto como solista. Pouco depois desta reunião, "disseram-me que tinha que pagar 10 mil dólares para obter um papel de solista em um espetáculo", explicou.

"Foi uma pessoa que respeito muito quem me falou deste valor", explicou a bailarina, que não quis revelar o nome do interlocutor. Womack, que deixou o Bolshoi e agora trabalha para o balé do Kremlin, uma companhia de Moscou muito menos prestigiada, não quer levar o caso aos tribunais.



"Quero esquecer tudo isso como se fosse um pesadelo", afirma. Um porta-voz do Bolshoi contactado pela AFP não estava disponível imediatamente para comentar a informação. Estas revelações se somam a uma série de escândalos no teatro russo desde que o diretor artístico Serguei Filin foi atacado com ácido no mês de janeiro e ficou gravemente ferido no rosto e nos olhos. Em setembro ele voltou novamente ao trabalho.

Durante o julgamento de os supostos agressores, entre eles o bailarino do Bolshoi Pavel Dmitrichenko, Filin desmentiu que exista corrupção no teatro na hora de dividir prêmios e também negou ter uma relação sentimental com uma jovem bailarina que depois se converteu em solista.