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Egito não crê em acordo de paz israelense-palestino, mas se propõe a ajudar

"Nós estamos preocupados e agregaria inclusive que, em certa medida, somos céticos, mas decididos a tentar ajudar em tudo o que pudermos", afirmou o ministro egípcio de Relações Exteriores, Nabil Fahmy

Cairo - O ministro egípcio de Relações Exteriores, Nabil Fahmy, disse neste sábado que é "cético" com relação a um acordo de paz israelense-palestino devido às colônias de Israel na Cisjordânia, durante entrevista à AFP.

Poucos dias antes de uma visita do presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, ao Cairo, e dias após o bloqueio de novas negociações por causa da construção de novas moradias para colonos israelenses, Fahmy lamentou que "a colonização (...) se estenda e chegue ao coração da Cisjordânia".

"Nós estamos preocupados e agregaria inclusive que, em certa medida, somos céticos, mas decididos a tentar ajudar em tudo o que pudermos", acrescentou.

Abbas "aceitou um compromisso histórico entre israelenses e palestinos, e agora pede simplesmente um Estado adjacente que tenha Jerusalém leste como capital", acrescentou.

O secretário de Estado americano John Kerry fez esta semana a sétima visita a Israel e Territórios Palestinos, no âmbito de uma visita regional, para tentar novamente reativar o processo de paz no Oriente Médio.

[SAIBAMAIS]

As negociações israelenses-palestinas, retomadas no fim de julho depois de quase três anos de interrupção, se desenvolvem em uma atmosfera de crise, e apesar de 20 reuniões, correm o risco de fracassar a menos que ocorra uma intervenção decisiva do mediador americano, segundo encarregados palestinos e meios de comunicação israelenses. As negociações atuais supostamente devem chegar a um acordo definitivo no prazo de nove meses.

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O Egito, que combateu Israel em quatro guerras entre 1948 e 1973, se tornou em 1979 o primeiro país árabe a firmar um tratado de paz com o Estado hebraico.