Genebra - O ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, declarou nesta sábado que há divisões entre as grandes potências que tentam negociar um histórico acordo com Teerã sobre seu programa nuclear.
"Alcançamos um acordo sobre algumas questões, mas sobre outras ainda há divergências (...). Há divergências de opinião entre o grupo 5%2b1" das grandes potências, afirmou, segundo a agência de notícias iraniana ISNA, durante discussões cruciais em Genebra.
"Os progressos até agora não foram tão ruins (...), mas é possível que não sejamos capazes de terminar nesta noite", afirmou, ressaltando que o acordo estava na etapa do rascunho, mas que ainda é preciso discutir algumas preocupações.
Segundo o chanceler, se não houver nenhum acordo na noite deste sábado em Genebra, as negociações serão retomadas dentro de sete a dez dias, declarou à agência oficial. "Se não houver acordo (neste sábado) ao anoitecer, as negociações continuarão em uma semana ou em dez dias", disse Zarif.
[SAIBAMAIS]
O grupo 5%2b1 é formado por Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, China e Rússia, todos eles membros do Conselho de Segurança da ONU com direito a veto, além da Alemanha.
Apesar dos progressos realizados nas negociações em Genebra, a conclusão de um acordo, que parecia iminente na sexta-feira, era incerta neste sábado, sobretudo pelas objeções francesas.
Mais cedo, o chanceler francês, Laurent Fabius, declarou que, por enquanto, não há nenhuma certeza de que as grandes potências e o Irã chegarão a um acordo. Fabius também insistiu em levar em conta as preocupações de segurança de Israel.
"Há um texto inicial que nós não aceitamos" e "não tenho nenhuma certeza de que (um acordo) possa ser concluído" neste momento, disse Fabius à rádio francesa France Inter.
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"Há alguns pontos que não nos satisfazem", declarou, citando, em particular, o reator de Arak e a questão do urânio enriquecido. "Há um estoque de urânio enriquecido a 20%, é muito", disse Fabius, que se perguntou como fazer para que caia a 5%, "o que é muito menos perigoso". Se esses pontos não forem solucionados, não será possível" chegar a um acordo, insistiu. "É preciso levar em conta plenamente as preocupações de segurança de Israel e da região", completou o ministro francês.