As imagens ao vivo, transmitidas pela rede de televisão estatal russa, mostraram Oleg Kotov levando a tocha apagada em sua mão direita, enquanto seu colega, o astronauta Serguei Ryazansky, filmava o histórico acontecimento com uma câmera de alta tecnologia.
"Maravilhoso", disse Ryazansky enquanto Kotov agitava a tocha diante da câmera, no momento em que eles passavam sobre a Austrália, na órbita da Terra, a uma 420 quilômetros de altitude.
Os astronautas, vestidos com trajes especiais, passaram a tocha um para o outro e posaram para as câmeras externas dispostas do lado de fora da ISS. Eles também se filmaram e tiraram fotos.
As operações demandaram muitas precauções, já que a tocha tinha que ficar presa a um cabo ligado a uma estrutura metálica da ISS.
Em alguns momentos os astronautas soltaram a tocha para fazer manobras, mudando diversas vezes de posição para fazer o maior número de imagens e eternizar o evento.
Após as manobras com a tocha, os dois astronautas continuaram suas tarefas no espaço, que deveriam durar mais seis horas.
A tocha vermelha e cinza levada ao espaço é uma das 16.000 utilizadas há um mês na Rússia para o maior percurso da história olímpica (65.000 km) até a abertura dos Jogos de Inverno, em 7 de fevereiro de 2014, em Sochi, entre o mar Negro e as montanhas do Cáucaso.
A única diferença é que a tocha ficou apagada durante toda a viagem espacial por razões de segurança. Acender a chama no espaço seria impossível devido à ausência de oxigênio.
Retorno na segunda-feira
Serguei Ryazansky e Oleg Kotov chegaram à ISS em 26 de setembro a bordo de uma nave espacial Soyuz, lançada da base espacial russa de Baikonur, no Cazaquistão, e se disseram muito felizes com a missão.
Além de ser transmitida pela televisão russa, a decolagem da Soyuz que levou a tocha - decorada com a logomarca dos Jogos de Sochi e com os anéis olímpicos - foi transmitida ao vivo num telão montado na praça Times Square, em Nova York, um dos endereços mais movimentados do mundo.
A tocha olímpica já havia sido levada ao espaço a bordo de uma nave antes dos Jogos Olímpicos de Atlanta, em 1996, e de Sydney, em 2000, mas ela nunca havia saído da termosfera.
Depois desta etapa inédita, a tocha retornará à Terra a bordo de uma cápsula Soyuz, acompanhada do cosmonauta Fiodor Iourtchikhin (russo) e dos astronautas Karen Nyberg (americana) e Luca Parmitano (italiano), que concluem uma temporada de cinco meses e meio no espaço.
A aterrissagem está prevista para as 00h50 da próxima segunda-feira, 11 de novembro, nas estepes do Cazaquistão.
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Após a vigem espacial, a chama olímpica visitará as profundezas do lago Baikal, na Sibéria, depois de já ter passado pelo Polo Norte, em um périplo de 123 dias que começou em 7 de outubro em Moscou e que terminará com a cerimônia de abertura dos Jogos.