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Presidente alemão presta homenagem a pessoas que salvaram judeus

Joachim Gauck visitou um museu dedicado a um empresário que salvou seus funcionários judeus da deportação

O presidente alemão, Joachim Gauck, visitou nesta sexta-feira (8/11) um museu dedicado a um empresário que salvou seus funcionários judeus da deportação, em ocasião do aniversário da "Noite dos Cristais", uma ação antissemita organizada pelos nazistas há 75 anos.


A fábrica de Otto Weidt, um fabricante de vassouras que, sob o regime nazista, deu documentos falsos e escondeu seus funcionários judeus, alguns dos quais cegos ou surdos, era uma "ilha de humanidade", que mostra que "há sempre uma escolha, mesmo em tempos difíceis, de se fazer o bem e ouvir a sua consciência", declarou o presidente a jornalistas.

Um dos esconderijos onde seus funcionários se refugiaram ainda existe nas instalações da fábrica, transformada em um museu.

Ex-pastor e ativista dos direitos humanos na antiga Alemanha Oriental, Gauck visitou o museu com um dos funcionários de Weidt, o jornalista e escritor Inge Deutschkron, de 91 anos.

Na madrugada de 9 para 10 de novembro de 1938, e durante todo o dia que se seguiu, propriedades de judeus foram saqueadas em todo o país, sinagogas foram queimadas e 30.000 homens, presos e deportados.

Essa violenta perseguição, que terminou com 90 pessoas mortas entre a população judaica alemã, foi apresentado como uma revolta espontânea em resposta ao assassinato de Ernst vom Rath, secretário da embaixada alemã em Paris, por Herschel Grynszpan, um estudante de 17 anos que queria vingar a expulsão de sua família da Alemanha, junto com cerca de 15.000 outros judeus poloneses.

Sábado (9/11), o presidente alemão participará de uma cerimônia no memorial da sinagoga queimada de Eberswalde, cidade perto de Berlim.

E a população de Berlim também prepara uma homenagem às vítimas, dezenas de lojas na capital alemã vão colar em suas vitrines um adesivo plástico que dá a impressão de que elas estão quebradas, para lembrar as lojas judaicas saqueadas pelos nazistas.

A prefeitura pediu aos moradores que limpem as cerca de 5.000 pequenas placas douradas afixadas nas calçadas de Berlim na frente de antigas casas de judeus, com seus nomes inscritos e a data de sua deportação.