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Kerry se reúne em Genebra para discutir acordo nuclear com Irã

O secretário americano encontrará membros do Grupo "5%2b1", composto por Estados Unidos, China, Reino Unido, França, Rússia e Alemanha



"Vim pessoalmente a Genebra porque esta negociação é difícil, mas muito importante para a segurança regional e internacional", declarou. Já Kerry afirmou que, por ora, não há acordo entre o Irã e as grandes potências. "Um texto provisório está sendo negociado e Laurent Fabius considerou que é uma etapa que pode ser importante, e que deve ser abordada em nível ministerial", explicou anteriormente o porta-voz da chancelaria francesa, Romain Nadal.

Já o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, não deve viajar a Genebra nesta sexta-feira, segundo o porta-voz do ministério. Desde o início da manhã, Ashton tem realizado reuniões bilaterais para avançar na questão, mas ainda não há plenária programada. Três questões, em particular, chamam a atenção da delegação francesa. A França considera necessário esclarecer a posição do Irã sobre "a construção do reator de água pesada em Arak", suscetível de produzir plutônio utilizável para fins militares, o que será feito com os estoques de urânio enriquecido a 20% e os planos gerais do Irã para o seu programa, segundo um membro da delegação.

Autoridades iranianas têm repetido nos últimos dias que o direito do Irã ao enriquecimento de urânio era uma "linha vermelha", mas não excluiu uma mudança em sua posição sobre questões relativas a este enriquecimento. O Irã possui 19 mil centrífugas de enriquecimento. Israel expressou seu descontentamento com as negociações, e enviou um aviso ao Ocidente sobre um possível acordo com o Irã, seu maior inimigo.

"Israel não é obrigado a aceitar este acordo e fará tudo que for necessário para se defender e defender a segurança de seu povo", declarou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, denunciando "o golpe do século" durante um encontro com John Kerry, no aeroporto de Tel Aviv, antes de sua viagem a Genebra. Segundo os negociadores europeus, o Irã fez uma proposta em troca de um relaxamento das muitas sanções econômicas impostas pelas potências ocidentais.

Estas potências explicam há anos que temem que o objetivo de Teerã seja enriquecer um dia o urânio a 90% para fabricar bombas atômicas. Teerã desmente estas acusações com firmeza e garante que seu programa é puramente civil. Em uma entrevista com a emissora pública suíça RTS, Mohammad Javad Zarif, chefe da diplomacia iraniana, se referiu às ameaças israelenses dizendo que "Israel deve parar suas ameaças". "Um ataque israelense seria a lei da selva", considerou. "Os israelenses devem parar de insultar a inteligência da comunidade internacional com suas mentiras", disse ele.




Jason Reed/Reuters Kerry fala com a imprensa ao chegar em Genebra