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Estados Unidos e Israel perdem o direito de votar na Unesco

A decisão foi tomada porque os dois países cessaram de pagar sua contribuição depois da admissão da Palestina como Estado membro da Unesco, em 2011

Paris - Estados Unidos e Israel perderam automaticamente nesta sexta-feira seu direito de voto na Unesco, já que não apresentaram qualquer compromisso a respeito de sua contribuição financeira à organização, declarou à AFP uma fonte interna. "Na lista de países que perderam seu direito de voto, estarão os Estados Unidos e Israel", declarou a fonte, que pediu para não ser identificada.



"Nenhum deles apresentou a documentação necessária esta manhã para evitar perder o direito de voto", acrescentou.

"A lista de países que já não terão direito de voto será anunciada, provavelmente, neste sábado em sessão plenária da Assembleia Geral da Unesco", afirmou ainda.

[SAIBAMAIS]Em uma rápida reação, Israel minimizou a importância da perda de seu direito de voto. "Não há surpresas: trata-se de um procedimento automático, não de um castigo", declarou um alto funcionário israelense que pediu para não ser identificado.

Estados Unidos e Israel interromperam suas contribuições depois da admissão da Palestina como Estado membro da Unesco, em 2011.

O presidente Barack Obama reprovou o então presidente francês Nicolas Sarkozy pelo fato de a França ter votado a favor da admissão da Palestina. Obama falou de sua profunda decepção com o voto da França favorável à entrada dos palestinos na Unesco, quando sabia que, em cumprimento da lei americana, isso obrigaria os Estados Unidos a interromperem a ajuda à organização.

A saída dos Estados Unidos provocou uma grande crise financeira na Unesco, que perdeu 22% de seu orçamento, caindo de 653 para 507 milhões de dólares.

Para compensar a perda, cerca de 300 funcionários correm o risco de perder seus empregos. A agência da ONU empregava em 2012 1.200 pessoas na sede em Paris e em 900 outras cidades em todo o mundo. Apesar dessas dificuldades, a diretora-geral da Unesco, Irina Bokova, de nacionalidade búlgara, que conseguiu arrecadar 75 milhões de dólares em doações adicionais para enfrentar a crise, foi reeleita no início de outubro.