Jerusalém - O secretário de Estado americano, John Kerry, se esforçava nesta quarta-feira (6/11) para impedir que uma crise entre israelenses e palestinos em torno da colonização acabe com as negociações de paz.
"Não é uma missão impossível", considerou Kerry durante um encontro em Jerusalém com o presidente israelense, Shimon Peres.
"Como acontece em qualquer negociação, haverá altos e baixos", relativizou, dizendo estar confiante de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, estão "determinados a trabalhar" por uma paz duradoura.
As negociações de paz foram retomadas no final de julho, após quase três anos de estagnação, devido à profundas divergências sobre as principais questões, como a construção de residências judias em assentamentos nos Territórios Palestinos.
Elas têm sido realizadas em meio a um contexto de crise e, apesar dos quase vinte encontros, caminham para o fracasso, a menos que uma intervenção decisiva do mediador americano salve o processo, de acordo com autoridades palestinas e meios de comunicação israelenses.
A última polêmica foi provocada por declarações de líderes israelenses, segundo os quais os dirigentes palestinos e os Estados Unidos teriam aceitado a retomada da colonização israelense em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
As afirmações foram negadas por palestinos e americanos. "Israel afirma que existe um acordo de prosseguir com os assentamentos em troca da libertação do último contingente de prisioneiros. Isso é absolutamente falso e a delegação palestina expôs essa questão aos americanos", explicou à AFP um líder palestino que preferiu não se identificar.
"Consideramos, e sempre iremos considerar os assentamentos ilegais", declarou Kerry após o encontro com Abbas em Belém, na Cisjordânia.
Ele ressaltou que o conhecimento dos projetos de assentamentos israelenses pelos dirigentes palestinos e pelos Estados Unidos não vale aprovação.
"Quero deixar claro que em nenhum momento os palestinos consentiram em retomar as negociações endossando ou aceitando a colonização", explicou.
;Boa fé; e discrição
No dia seguinte ao anúncio de um líder palestino da suspensão das discussões diante "uma ofensiva de colonização sem precedentes", Netanyahu acusou nesta quarta os palestinos pela criação de "crises artificiais" nas negociações de paz.
"Respeitamos escrupulosamente os termos do acordo e o entendimento a partir do qual lançamos as negociações", insistiu Netanyahu, antes de se encontrar com Kerry durante a tarde de Jerusalém.
"Há três meses acertamos alguns termos", lembrou Netanyahu, referindo-se ao fato de que o Estado hebreu havia aceitado a exigência palestina de uma libertação por etapas de 104 prisioneiros, apesar de rejeitar o congelamento da colonização.
Os negociadores israelenses também acusaram seus interlocutores palestinos de "vazamentos" sobre a questão de Jerusalém, segundo a imprensa israelense. A última reunião entre os negociadores, na terça-feira à noite em Jerusalém, foi tempestuosa.
"Ainda restam seis meses, segundo o calendário fixado, e confio em nossa capacidade para obter progressos", assegurou Kerry, chamando ambas as partes a mostrar "boa-fé".
"Precisamos de espaço para negociar de forma privada, secreta e tranquila, e continuaremos fazendo isso", acrescentou o secretário, que impôs às duas partes um silêncio total sobre o conteúdo das discussões.
Na Faixa de Gaza, governada pelo movimento islâmico Hamas, hostil às negociações com Israel, centenas de palestinos protestaram contra a visita de Kerry.
Além do congelamento da construção em assentamentos, os negociadores palestinos exigem que as discussões sejam realizadas com base nas linhas anteriores ao início da ocupação israelense de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza, em junho de 1967, com trocas de territórios equivalentes.
Já os negociadores israelenses propuseram a seus homólogos palestinos que a barreira de separação da Cisjordânia (com 85% de seu traçado na Cisjordânia, isolando 9,4% do território palestino, o que inclui Jerusalém Oriental, segundo a ONU) sirva de ponto de partida para as discussões.
Por outro lado, Israel não quer desmantelar algumas colônias judias isoladas da Cisjordânia - Beit El, Psagot e Nokdim -, além de exigir a manutenção de uma presença militar de longo prazo no Vale do Jordão e que as trocas de territórios sejam regidas por suas necessidades de segurança. Após sua visita a Jerusalém, Kerry é esperado quinta-feira na Jordânia.
"Não é uma missão impossível", considerou Kerry durante um encontro em Jerusalém com o presidente israelense, Shimon Peres.
"Como acontece em qualquer negociação, haverá altos e baixos", relativizou, dizendo estar confiante de que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, estão "determinados a trabalhar" por uma paz duradoura.
As negociações de paz foram retomadas no final de julho, após quase três anos de estagnação, devido à profundas divergências sobre as principais questões, como a construção de residências judias em assentamentos nos Territórios Palestinos.
Elas têm sido realizadas em meio a um contexto de crise e, apesar dos quase vinte encontros, caminham para o fracasso, a menos que uma intervenção decisiva do mediador americano salve o processo, de acordo com autoridades palestinas e meios de comunicação israelenses.
A última polêmica foi provocada por declarações de líderes israelenses, segundo os quais os dirigentes palestinos e os Estados Unidos teriam aceitado a retomada da colonização israelense em troca da libertação de prisioneiros palestinos.
As afirmações foram negadas por palestinos e americanos. "Israel afirma que existe um acordo de prosseguir com os assentamentos em troca da libertação do último contingente de prisioneiros. Isso é absolutamente falso e a delegação palestina expôs essa questão aos americanos", explicou à AFP um líder palestino que preferiu não se identificar.
"Consideramos, e sempre iremos considerar os assentamentos ilegais", declarou Kerry após o encontro com Abbas em Belém, na Cisjordânia.
Ele ressaltou que o conhecimento dos projetos de assentamentos israelenses pelos dirigentes palestinos e pelos Estados Unidos não vale aprovação.
"Quero deixar claro que em nenhum momento os palestinos consentiram em retomar as negociações endossando ou aceitando a colonização", explicou.
;Boa fé; e discrição
No dia seguinte ao anúncio de um líder palestino da suspensão das discussões diante "uma ofensiva de colonização sem precedentes", Netanyahu acusou nesta quarta os palestinos pela criação de "crises artificiais" nas negociações de paz.
"Respeitamos escrupulosamente os termos do acordo e o entendimento a partir do qual lançamos as negociações", insistiu Netanyahu, antes de se encontrar com Kerry durante a tarde de Jerusalém.
"Há três meses acertamos alguns termos", lembrou Netanyahu, referindo-se ao fato de que o Estado hebreu havia aceitado a exigência palestina de uma libertação por etapas de 104 prisioneiros, apesar de rejeitar o congelamento da colonização.
Os negociadores israelenses também acusaram seus interlocutores palestinos de "vazamentos" sobre a questão de Jerusalém, segundo a imprensa israelense. A última reunião entre os negociadores, na terça-feira à noite em Jerusalém, foi tempestuosa.
"Ainda restam seis meses, segundo o calendário fixado, e confio em nossa capacidade para obter progressos", assegurou Kerry, chamando ambas as partes a mostrar "boa-fé".
"Precisamos de espaço para negociar de forma privada, secreta e tranquila, e continuaremos fazendo isso", acrescentou o secretário, que impôs às duas partes um silêncio total sobre o conteúdo das discussões.
Na Faixa de Gaza, governada pelo movimento islâmico Hamas, hostil às negociações com Israel, centenas de palestinos protestaram contra a visita de Kerry.
Além do congelamento da construção em assentamentos, os negociadores palestinos exigem que as discussões sejam realizadas com base nas linhas anteriores ao início da ocupação israelense de Jerusalém Oriental, Cisjordânia e Faixa de Gaza, em junho de 1967, com trocas de territórios equivalentes.
Já os negociadores israelenses propuseram a seus homólogos palestinos que a barreira de separação da Cisjordânia (com 85% de seu traçado na Cisjordânia, isolando 9,4% do território palestino, o que inclui Jerusalém Oriental, segundo a ONU) sirva de ponto de partida para as discussões.
Por outro lado, Israel não quer desmantelar algumas colônias judias isoladas da Cisjordânia - Beit El, Psagot e Nokdim -, além de exigir a manutenção de uma presença militar de longo prazo no Vale do Jordão e que as trocas de territórios sejam regidas por suas necessidades de segurança. Após sua visita a Jerusalém, Kerry é esperado quinta-feira na Jordânia.