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Ex-chanceler voltará ao governo de Israel após absolvição em caso de fraude

Três juízes do tribunal de Jerusalém consideraram que Lieberman teve uma "conduta inapropriada, mas que não justifica uma condenação"

Jerusalém - O ex-ministro das Relações Exteriores de Israel Avigdor Lieberman, um ultranacionalista, voltará ao governo depois de ter sido absolvido das acusações de fraude e abuso de confiança que o levaram a renunciar há 11 meses. "Eu o felicito por sua absolvição por unanimidade e por seu retorno ao governo para que possamos trabalhar juntos pelo bem de Israel", afirmou em um comunicado o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.



[SAIBAMAIS]A rádio militar recordou que Lieberman não acredita na possibilidade de acordo com os palestinos e não quer negociar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. Na política interna, após a absolvição, Lieberman poderia tentar disputar com Netanyahu a liderança dos setores mais intransigentes, contrários a qualquer tipo de concessão aos palestinos.

Em 24 de novembro, o partido ultranacionalista laico Yisrael Beitenu, liderado por Lieberman, vai decidir sobre uma possível fusão com o Likud de Netanyahu ou um afastamento. O Yisrael Beitenu tem 10 deputados dos 120 do Parlamento. O Likud tem 21. Em 14 de dezembro de 2012, um dia depois de seu indiciamento, Lieberman anunciou a renúncia com a esperança de ser absolvido e poder retornar ao governo.

Avigdor Lieberman era acusado de ter nomeado Zeev Ben, embaixador israelense em Belarus, para o posto de embaixador da Letônia em troca de informação policial confidencial em uma investigação contra ele. Ele sempre alegou inocência e prometeu abandonar o cargo se fosse condenado.

Avigdor Lieberman nasceu na república soviética da Moldávia. Emigrou em 1978 para Israel, onde se filiou ao Likud, partido no qual chegou à cúpula do poder, antes de criar em 1999 o próprio partido nacionalista. Nos anos 2000 fez declarações polêmicas, como a que defendeu o bombardeio da represa de Asuan para inundar o Egito - o primeiro país árabe a assinar um acordo de paz com Israel - em caso de apoio à Intifada palestina.