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Rio argentino Matanza-Riachuelo está entre os locais mais poluídos do mundo

"Estimamos que a saúde de mais de 200 milhões de pessoas corra riscos com a poluição no mundo", declarou Richard Fuller, que preside a organização ambientalista Blacksmith Institute

Agência France-Presse
postado em 05/11/2013 19:55

No caso da bacia do rio Matanza-Riachuelo, de 60 km de extensão e margeando a cidade de Buenos Aires ao sul, o estudo calcula que 15 mil indústrias despejam dejetos no rio e que as indústrias químicas sejam responsáveis por mais de um terço da poluição deste corpo hídrico

Genebra - Mais de 200 milhões de pessoas no mundo estão expostas à contaminação tóxica, segundo grupos ambientalistas que publicaram, nesta segunda-feira (5/11), a lista dos dez locais mais poluídos do planeta, entre eles a bacia do rio argentino Matanza-Riachuelo (sul).

"Estimamos que a saúde de mais de 200 milhões de pessoas corra riscos com a poluição no mundo", declarou Richard Fuller, que preside a organização ambientalista Blacksmith Institute, com sede em Nova York.

O instituto e a organização ambiental Cruz Verde Suíça publicaram a nova lista dos dez locais mais poluídos do mundo - o primeiro elaborado em conjunto desde 2007 - com base em 2.000 riscos estimados em locais contaminados de 49 países.

No caso da bacia do rio Matanza-Riachuelo, de 60 km de extensão e margeando a cidade de Buenos Aires ao sul, o estudo calcula que 15.000 indústrias despejam dejetos no rio e que as indústrias químicas sejam responsáveis por mais de um terço da poluição deste corpo hídrico.

Segundo estudos citados no informe publicado na segunda-feira, os níveis de zinco, chumbo, cobre, níquel e cromo depositados nas margens do Matanza-Riachuelo superam o recomendado. Aproximadamente 60% das cerca de 20 mil pessoas que moram nas proximidades deste rio vivem em áreas consideradas inapropriadas para os humanos, continuou o informe.

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Também integra a lista dos 10 locais mais contaminados Chernobyl, na Ucrânia, onde ainda se sofre com as consequências da catástrofe nuclear de 1986, assim como a cidade russa de Norilsk, onde a mineração e as fundições de metais pesados são apontados como contaminantes.

Outra cidade russa, Dzerzhinsk, é apontada pelas consequências de suas muitas indústrias químicas, algumas das quais produzem armas químicas. Na África, a usina de Agbogbloshie, em Gana, de tratamento de lixo eletrônico, gera problemas para a saúde com a queima de cabos para a retirada do cobre em seu interior.

O relatório garante terem sido encontrados níveis de metais tóxicos no solo 45 vezes mais elevados que o limite. Também na África, aparecem na lista Kabwe, na Zâmbia, por contaminação de suas minas de chumbo, e o Delta do Níger, devido à poluição por combustíveis.

Na Indonésia, o rio Citarum, que fornece 80% da água usada em Jacarta, arrasta muitos elementos químicos tóxicos provenientes de complexos industriais nos arredores. A região indonésia de Kalimantan consta na lista pela contaminação de mercúrio e cádmio, procedentes da mineração.

Por último, Hazaribagh, em Bangladesh, é apontada pela poluição procedente dos cerca de 250 curtumes que usam métodos de processamento do couro já obsoletos.

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