Washingto - Relações entre o Irã e os Estados Unidos continuam a ser marcadas por uma profunda "desconfiança", declarou uma porta-voz do Departamento de Estado nesta segunda-feira (4/11), quando milhares de pessoas participaram de protestos antiamericanos em Teerã.
As manifestações marcam a data, em 1979, na qual estudantes islâmicos invadiram a embaixada dos EUA na capital iraniana, fazendo 52 diplomatas americanos de reféns por 444 dias.
O episódio levou a um agravamento dos laços diplomáticos e a décadas de tensas relações. Recentemente, foi registrado um avanço entre os dois países, em uma conversa por telefone entre o presidente Barack Obama e seu homólogo do Irã, Hassan Rohani, em setembro.
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[SAIBAMAIS]A porta-voz assistente do Departamento de Estado Marie Harf comentou que a gigantesca manifestação em Teerã nesta segunda, que incluiu gritos de "Morte à América", mostra a profundidade dos problemas bilaterais de longa data. "Todos nós estamos conscientes de que é difícil, e que há um profundo histórico de desconfiança aqui. Eu acho que vocês viram hoje alguns dos protestos que nós vimos no Irã", declarou, em Washington.
Harf disse que os Estados Unidos se mantêm cautelosos quanto à natureza do programa nuclear iraniano, um sério obstáculo para a melhoria das relações, em meio aos esforços internacionais para uma solução negociada. "Estamos diretamente focados em parar o avanço do programa nuclear do Irã, ganhando mais transparência sobre suas atividades nucleares e negociando uma ampla solução de longo prazo para essa questão", completou.
"Obviamente, não é fácil, mas temos uma oportunidade aqui e uma obrigação de ver aonde esse caminho diplomático pode levar, porque é da nossa preferência que se resolva diplomaticamente", insistiu a porta-voz.