Pela primeira vez, Pequim foi alvo de um ataque terrorista. O carro em chamas, no centro da Praça da Paz Celestial, soou como um aviso ao governo chinês de que as tensões sectárias na região autônoma de Xinjiang ameaçam a capital. Em 28 de outubro, o atentado suicida ; cometido por um homem da etnia uigur, a esposa e a mãe ; reforçou a ameaça do extremismo doméstico e expôs dois povos separados pelo ódio e pela desconfiança. De um lado, os uigures, seguidores da fé muçulmana, pressionados pela política supressora do Estado e pelas disparidades socioeconômicas. Do outro, os hans, que representam uma fatia de 92% da população de 1,4 bilhão de chineses. A busca por emprego tem feito com que ambos ocupem os espaços uns dos outros, intensificando a animosidade.
;Será surpreendente se terroristas separatistas e religiosos não tentarem alvejar, novamente, Pequim. O objetivo da atividade extremista em Xinjiang é levar o pânico à população han, a fim de forçar um êxodo ou segregar, ainda mais, a província, em termos habitacionais, trabalhistas e sociais;, afirma ao Correio Barry Sautman, professor de ciências sociais da Universidade de Ciência e Tecnologia de Hong Kong. De acordo com ele, a migração uigur para cidades de regiões han aumentou nos últimos anos. ;Os viajantes uigures enfrentam discriminação, especialmente em empregos particulares e na utilização de serviços, como corridas de táxi e hospedagem em hotéis;, observa Sautman.
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