Desde então, a polícia está permanentemente mobilizada nesta imensa esplanada, onde também se encontram a entrada da Cidade Proibida, o mausoléu de Mao e o Palácio do Povo. Mais de 50 pessoas foram detidas em Xinjiang, onde vivem milhões de muçulmanos, informou um grupo de defesa dos direitos uigures.
Os uigures, muçulmanos de língua turca e principal etnia de Xinjiang, afirmam que sofrem com uma política repressiva contra sua religião, língua e cultura. Um porta-voz do Congresso Mundial Uigur, Dilshat Rexit, afirmou neste sábado (2/11) em um e-mail que 53 pessoas foram presas nesta região autônoma chinesa nos confins da Ásia central durante operações policiais nos últimos dois dias.
Um grupo islâmico, o Etim, classificado como terrorista pelas Nações Unidas, teria "apoiado" o ataque à Praça da Paz Celestial, garantiu esta semana o chefe da segurança chinesa, Meng Jianzhu. Uma afirmação questionada por especialistas, que apontam para a natureza artesanal do ataque e da falta de redutos fundamentalistas muçulmanos na China.
Sem mencionar o Etim, a CCTV acrescentou que as oito pessoas de Xinjiang "decidiram aderir a um grupo terrorista" em setembro. Os nomes dos suspeitos divulgados pela polícia sugerem que eles pertencem à comunidade uigur.
A grande região autônoma de Xinjiang, situada no extremo oeste da China, registra com frequência distúrbios relacionados à tensão entre Han (etnia majoritária na China) e uigures. As autoridades acusam com regularidade os militantes uigures de "terrorismo". Mas para as organizações uigures, essas afirmações servem apenas de pretexto para justificar a repressão policial nesta região.