San José - Um tribunal da Costa Rica convocou para 15 de novembro a audiência final do julgamento contra três ex-seguranças da modelo brasileira Gisele Bündchen e do astro do futebol americano Tom Brady, por tentativa de homicidio de dois fotógrafos - anunciou a Justiça nesta sexta-feira.
Na próxima sessão judicial, os advogados de ambas as partes farão suas últimas alegações sobre o caso. Embora não tenha sido divulgada a data para o anúncio do veredicto, a expectativa é que a decisão saia no mesmo dia.
Nesta sexta, os três juízes do Tribunal de Puntarenas ouviram a declaração do fotógrafo costa-riquenho Rolando Avilés. Ele e seu colega salvadorenho, o fotógrafo da AFP Yuri Cortez, acusam os seguranças de tentativa de homicídio, quando a dupla cobria o casamento do casal de celebridades.
"Foi muito duro. Eu me levanto todo dia, dizendo que, hoje sim, hoje vou superar isso", declarou Avilés no tribunal.
Quando o incidente ocorreu, ele trabalhava para o jornal local "Al Día". Depois, contou em seu depoimento, pediu demissão por ter ficado emocionalmente afetado com o episódio.
Outra testemunha nesta sexta foi um psicólogo que expôs o trauma causado aos fotógrafos, além de um agente da Polícia. Cortez já havia dado seu depoimento na audiência de 22 de outubro passado.
"Estamos bem. Rolando ratificou que foi dito por Yuri (...) Continuamos esperando pela reação" da defesa, disse à AFP Víctor Herrera, advogado de Cortez.
Embora o julgamento esteja em sua fase final, ainda faltava a incorporação de provas documentais e a conclusão dos advogados.
"Houve um crime contra a integridade do senhor Yuri e de Rolando. Acreditamos que vamos provar isso, e o tribunal nos dará razão. Estamos tranquilos e confiantes", declarou Víctor Herrera na quinta-feira sobre sua expectativa com o julgamento.
Os acusados de tentativa de homicídio são os costa-riquenhos Manuel Valverde, de 26, Miguel Solís, de 43, e o colombiano Alexander Rivas, de 34, que trabalhavam como seguranças no casamento de Gisele e Brady, em 4 de abril de 2009. A cerimônia aconteceu em uma casa de praia em Cóbano de Puntarenas (oeste).
Depois de tirar algumas fotos, Cortez e Avilés foram abordados pelos seguranças, que exigiram deles a entrega dos cartões de memória de suas câmeras. Ambos se recusaram a entregar seus equipamentos.
"Passaram-se quatro anos e meio, mas continuo com esperança de que se faça justiça. Foi um processo muito longo. Não consigo superar a situação, porque isso não acaba. É um desgaste emocional, mas estou otimista. É uma luta para que se estabeleça a verdade e se punam os responsáveis", disse Cortez à AFP na véspera.
Se forem considerados culpados, os réus podem ser condenados a até 12 anos de prisão.
Cortez trabalha há 22 anos para a AFP e já cobriu guerras civis em várias partes do mundo. Hoje, ele está sediado no México.