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Kerry admite que 'espionagem foi longe demais em alguns casos'

O chefe da diplomacia americana justificou as práticas de Inteligência e coleta de informações como parte da luta contra o terrorismo e a prevenção de atentados



Kerry acrescentou que o país tentava, "de forma aleatória", encontrar vias para determinar se existiam ameaças que exigiam respostas. "Em alguns casos, reconheço, tanto como o presidente, que algumas destas ações foram muito longe e vamos garantir que isto não aconteça no futuro", completou. Revelações recentes e reportagens sobre a espionagem generalizada praticada pela NSA provocaram tensão entre os dois lados do Atlântico. A chanceler alemã Angela Merkel reclamou com o presidente Barack Obama após as notícias de que teve o telefone celular monitorado.

Uma delegação do serviço de inteligência da Alemanha e legisladores da União Europeia viajaram à capital americana na quarta-feira para discutir o tema espionagem. As respostas de Kerry foram enviadas em uma transcrição do Departamento de Estado. "Muitas, muitas partes do mundo foram objeto de ataques terroristas". "E, em resposta, os Estados Unidos e outros se uniram - outros, enfatizo - e perceberam que estamos lidando com um novo mundo, com pessoas dispostas a explodir elas mesmas", completou. "Na realidade, evitamos que aviões caíssem, que edifícios fossem explodidos e que pessoas fossem assassinadas porque fomos capazes de conhecer seus planos antes", afirmou.

Kerry também criticou as reportagens sobre espionagem baseadas nos vazamentos do ex-consultor da NSA Edward Snowden, refugiado na Rússia e acusado por Washington de espionagem. "No outro dia foram publicadas notícias nos jornais sobre 70 milhões de pessoas sendo espionadas. Não foram. Isto não aconteceu", disse. "Há um grande volume de exagero nestas reportagens", argumentou Kerry.