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Emissário da ONU vai à Síria em busca de apoio para conferência de paz

Lakhdar Brahimi foi acompanhado pelo vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Faysal Moqdad



"Para nós, trata-se de um elemento adicional do complô destinado a fazer nossa revolução descarrilar e terminar com ela", insistiram estes grupos, alguns deles integrantes do Exército Sírio Livre. A oposição síria, muito dividida sobre uma eventual participação nesta conferência de paz que já foi adiada em várias oportunidades, exige garantias de que a mesma levará à renúncia do presidente Bashar al-Assad, o que o regime não aceita.

Para Thierry Pierret, um especialista do Islã na Síria, estes grupos islamitas "representam uma faixa muito ampla da oposição armada, desde os salafistas radicais da Frente Islâmica Síria até grupos muito mais moderados, que são pilares do Exército Sírio Livre". "Portanto, cabe afirmar que a rejeição de Genebra-2 nas fileiras dos insurgentes é quase total (...) Uma parte importante da oposição política não irá correr o risco de participar de uma conferência que lhe tiraria o que lhe resta de legitimidade ante os grupos armados", acrescentou.

Além disso, "ainda que opositores participem de Genebra-2 e cheguem a um acordo, este acordo não terá valor algum", disse. Por sua vez, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) havia anunciado no domingo ter recebido nos prazos exigidos o programa de destruição do arsenal químico da Síria, previsto por uma resolução da ONU adotada após um acordo entre Estados Unidos e Rússia.

A resolução da ONU sobre o desmantelamento do arsenal químico sírio afastou a ameaça de um ataque militar americano, lançada após um mortífero ataque com armas químicas atribuído ao regime sírio, no dia 21 de agosto, perto de Damasco.