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Quase 700 imigrantes são resgatados de embarcações em frente à Sicília

De acordo com a marinha italiana, ao menos cinco operações de resgate permitiram socorrer os imigrantes, entre eles mulheres e crianças

Roma - Quase 700 refugiados foram resgatados na noite de quinta-feira (24/10) no canal da Sicília em diversas operações, anunciaram as autoridades italianas nesta sexta-feira (25/10), dia em que uma cúpula da União Europeia aborda a imigração clandestina. Ao menos cinco operações de resgate permitiram socorrer os imigrantes, entre eles mulheres e crianças, afirmou a marinha italiana.

A embarcação "Cigala Fulgosi" socorreu um grupo de 99 pessoas que estavam em um barco à deriva 185 km ao Sul da pequena ilha de Lampedusa, informa um comunicado da marinha. A corveta "Chimera" resgatou, por sua vez, 219 pessoas que viajavam nas mesmas condições a 70 km da ilha, acrescentou a fonte.

Além disso, três embarcações da guarda-costeira italiana socorreram 300 imigrantes que estavam em duas embarcações e um cargueiro resgatou outros 90 localizados 200 km ao sul de Lampedusa, segundo um comunicado da guarda costeira. A reunião de cúpula da União Europeia em Bruxelas analisa o tema da imigração clandestina para evitar que se repitam dramas como o que neste mês deixou mais de 40 mortos em dois naufrágios na costa de Lampedusa.

O primeiro-ministro Enrico Letta antecipou que irá propor aos 28 países da UE que se comprometam a aplicar quatro medidas precisas e comuns. "Trata-se de um problema para toda a Europa", advertiu Letta ante o Parlamento italiano. Entre as medidas que a Itália espera que a Europa adote figura a de desenvolver um sistema de vigilância entre os países do sul do continente, Eurosur. Também irá propor o fortalecimento da agência para as fronteiras Frontex, administrar o fluxo das migrações e estabelecer um diálogo com os países de onde partem os imigrantes, resumiu o governante.

O novo sistema Eurosur, que vigia as fronteiras dos países com margens no Mediterrâneo, deverá estar operacional a partir de dezembro. "Não aceitaremos um compromisso. Não queremos que a tragédia de Lampedusa seja considerada um acidente ocasional que não se repetirá pela chegada do inverno", lamentou Letta. A combativa prefeita de Lampedusa, Giusi Nicolini, viajou a Bruxelas para pressionar os líderes europeus e solicitar a eles que mudem as regras para obter o direito ao asilo, o que não ocorrerá antes de junho de 2014.

Paralelamente, uma centena de refugiados eritreus protestaram em Roma em frente à sede do Parlamento para denunciar a sistemática violação dos direitos humanos por parte do regime de Isaias Afeworki, uma situação que obriga três mil cidadãos deste país a fugir todos os meses. "Basta com o medo, basta com a ditadura", afirmavam os manifestantes. "Ofereçam-nos proteção em vida, e não flores de mortos", afirmava um cartaz.

Mais de 33 mil imigrantes ilegais chegaram à Itália em 2013, a maioria deles provenientes de Somália, Eritreia e Síria, pessoas que fogem de guerras civis, da fome e de regimes opressores.