Mogadíscio - Pelo menos quinze pessoas morreram neste sábado na Somália em um atentado suicida dentro de um restaurante da cidade de Beledweyne (centro), segundo a polícia local.
"Registramos até agora 15 mortos e um grande número de feridos", declarou à AFP Ali Abdi, chefe da polícia da região de Hiraan. Um registro anterior, feito a partir de relatos de testemunhas, indicava 12 mortos.
O ataque foi reivindicado pelos radicais islâmicos shebab, ligados à Al-Qaeda. "O ataque foi efetuado por um dos mujahedines. Graças a Deus, ele matou vários inimigos, incluindo soldados etíopes e djibutianos", declarou à AFP um comandante shebab da cidade vizinha de Bulaburde, Sheikh Mohamed. "Foi horrível. Eu contei doze mortos, incluindo vários soldados, e um grande número de feridos", indicou à AFP Mohamed Islow Ali, uma testemunha contatada por telefone.
"O restaurante estava cheio de gente quando o terrorista suicida detonou os seus explosivos. Há vários mortos, e muitos civis entre eles", disse Hussein Ali, uma outra testemunha.
O restaurante é conhecido por ser frequentado por militares, principalmente soldados etíopes e djibutianos da força da União Africana na Somália (Amisom) e somalis, que estão mobilizados em Beledweyne.
De acordo com moradores da cidade, militares dos três países estavam reunidos para tomar chá nesse restaurante quando o ataque ocorreu. Entre os mortos estão frequentadores e pessoas que passaram diante do estabelecimento na hora do ataque.
O presidente somali condenou o ataque. "Esse ato covarde foi cometido por elementos violentos que não conhecem nada do Islã", declarou Hassan Sheikh Mohamud.
"Isso prova que os shebab estão reduzidos a ações extremistas, depois de terem perdido a guerra", prosseguiu ele em um comunicado.
Em junho de 2009, vinte pessoas, entre elas o ministro somali da segurança, perderam a vida em Beledweyne na explosão de uma bomba em um hotel, em uma operação reivindicada pelos shebab.
É por esta cidade localizada na fronteira com a Etiópia, situada 300 km ao norte da capital Mogadíscio, que as tropas da Etiópia penetram na Somália.
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A intervenção da força africana na Somália, que conta atualmente com cerca de 17.700 homens sob mandato das Nações Unidas, expulsou os extremistas islâmicos das principais cidades do país, que estavam em poder do movimento armado. Mas os shebab ainda controlam amplas partes do sul da Somália, e intensificaram recentemente seus ataques suicidas.